quinta-feira, 10 de maio de 2018

Comunidade Mangue Seco 2/3

ANÁLISE DOS DADOS COLETADOS E DIAGNÓSTICO


Observa-se de antemão ausência - ou a fragilidade - de fatores básicos de infraestrutura. No setor de saúde, observando-se, por exemplo a presença de um posto de saúde da família sem prédio próprio, a casa utilizada como posto de saúde é alugada e imprópria, não há acessibilidade e carece de materiais, equipamentos e profissionais. Vale ressaltar que o Hospital Geral de Coaraci fica próximo da comunidade.

Mesmo com fragilidades, os serviços básicos de saneamento são ofertados em mais a 80% da comunidade: Coleta de Lixo (90%), Coleta de Esgotos (80%), Abastecimento de Água (100%), Energia Elétrica (90%), Iluminação Pública (90%). Quase 100% das ruas não possui pavimentação.



A falta de um mecanismo de comunicação e inclusão tecnológica é um dos fatores pontuados pelos moradores durante o questionário aplicado, os quais salientam sua importância não somente como um vetor de comunicação, mas também como uma necessidade de busca pelo conhecimento e informação, uma vez que estamos inseridos na Era Tecnológica, onde a Internet, computadores e periféricos funcionam como ferramentas imprescindíveis para inserção na sociedade informatizada. Apenas 01 casa conta com acesso a internet na comunidade, apenas 02 possuem telefone fixo.

Percebe-se também a ausência de momentos de sociabilidade, tais como: as festas de datas comemorativas das escolas e outras festas populares. Não existem reuniões para discussões sobre problemas, propostas e planejamento.

A vida prática no Mangue Seco ainda é tomada por um sentimento de descaso do Poder Público e de que a comunidade é vista principalmente como um espaço de estratégia eleitoral e de conquista de voto ao invés de cidadãos de direito, que necessitam de visibilidade e representatividade e que anseiam por serem aceitos e encarados como dignos de educação de qualidade, saúde, trabalho e renda. Neste contexto se concentram a ideia principal do projeto afim de sensibilizar todo o entorno, bem como, aprofundar o conhecimento da comunidade sobre estes direitos.

O que se percebe ao final disto é ainda a falta de uma organização formalizada da comunidade para uma representatividade maior nas ações políticas afim de assegurar os direitos das pessoas. A questão passa a ser mais sobre o domínio de conhecimentos de direito e de como agir a partir disso, do que das condições reais vivenciadas na comunidade, justamente por que muitas dessas dificuldades encontram maior entrave na articulação política e na forma com que esta clientela age para solucionar tais problemas.


80% das pessoas entrevistadas se auto declaram pretas ou pardas e 80% participam de algum programa de transferência direta de renda. Existem alguns grupos sociais ligados às igrejas


56% das famílias pesquisadas moram no bairro há mais de 10 anos, o que confere à relação indivíduo-comunidade um certo grau de pertencimento.

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