domingo, 27 de maio de 2018

Artigo Acadêmico - A Máscara Expandida (Resumo Crítico)

Resumo Crítico feito a partir de:
RANGEL, Sonia Lúcia. A Máscara Expandida: Um devir poético na interface visualidade-teatralidade. Repertório, Salvador, nº 19, p.199-204, 2012.


Rangel aborda em sua obra a “máscara” a partir de uma visão poética do processo criativo com respaldo teórico na estética da formatividade e sua repercussão na visualidade, primordialmente na visualidade teatral. A máscara, portanto, se abstrai do seu primeiro significado que é ampliado a partir de metáforas e analogias que reforçam a legitimidade da arte.

Formatividade, nesse contexto, se relaciona diretamente com o que Pareyson (1993) defende, ao registrar que a “Estética teoria da formatividade” compreende forma “como organismo, que goza de vida própria e tem sua própria legalidade intrínseca” pelo seu processo de formação e não apenas pelo resultado puro e simples.

Nisto, a “máscara” vem a ser um fio condutor, portal de acesso, princípio criativo no interior-exterior do trajeto poético do artística” (p. 199) que inclusive se apresenta de forma prática no texto condensando imagens, poemas e diálogos onde a autora também utiliza a auto referência.

Portanto, além de buscar referências em outros estudiosos como Bachelard e Jung e por ser, além de acadêmica, uma artista reconhecida, a autora se utiliza como referência ao seu artigo apresentando outras obras como Circumnavigare (1995), CasaTempo (2005), e Olho desarmado (2009).

O artigo escrito com alguns termos próprio no meio acadêmico-artístico, ressalta alguns pontos de vista que devem ser considerados para o processo de criação artística e nestes termos Rangel defende que a “máscara” expande-se quando encarada não apenas como objeto material, mas como elemento do processo criativo em que o artista se veste totalmente e se revela à medida em que sua obra surge.

O devir poético é a forma como a autora aborda o tema central e a relação entre a “máscara” e outras expressões artísticas, que se dão, portanto, pela expansão dessa “máscara” que se desdobra no discurso, no processo criativo, na personificação disso em obras visuais e em textos escritos, além da teatralidade. Ao final do texto, Rangel defende que o resultado da obra se dá quando a máscara se desprende daquele que cria, tomando forma própria, sobrepujando o próprio autor.

A partir disso, a obra tem sua própria forma e seu próprio devir, que lhe confere o potencial de se condensar com outras expressões artísticas, se desdobrando e se recriando como processo de “fluxos e refluxos” projetando-se adiante de outros seres.

Nenhum comentário:

Postar um comentário