domingo, 24 de março de 2019

Percursos Metológicos - Diálogos entre Becker e G. Velho



Questões norteadoras a partir de Diálogos entre Estrada (1990) e UFRGS (2006) "Documentário Narradores Urbanos - Gilberto Velho" Disponível em: https://www.ufrgs.br/biev/?xylus-portfolio=narradores-urbanos-gilberto-velho.


Questões norteadoras:


1. Quais são as articulações que encontramos entre a experiência pessoal e a experiência intelectual em H. Becker e G. Velho?

Acredito que a experiências pessoa e a experiências intelectual de Becker se juntam durante a entrevista, e justamente por isso “nos seus próprios termos” ele estabeleça uma “relação singular” com a academia. Becker vem de família judia, apaixona-se pelo jazz e analisa a Escola de Chicago como fenômeno científico e cultural agregando muitos elementos das suas experiências pessoas.

Já durante a graduação ele fala sobre uma fantástica experiência intelectual por “começar a ler sobre coisas das quais muitas vezes nunca tinha ouvido falar” (p. 115), que se estende pelo mestrado (influenciado pelo jazz) até suas pesquisas na Sociologia das Artes.


2. H. Becker faz algumas observações sobre criatividade e método, quais seriam elas?

Ao falar sobre o início do Departamento de Sociologia em 1895, Becker lembra W. I. Thomas e outros que “simplesmente criaram métodos para si próprios” sem um projeto consciente de orientação metodológica. Fala sobre o aspecto “primitivo” do método naquela época, mas ao final da entrevista ele registra: “Todo dia são criadas novas formas, mas toda novidade tem um preço” (p. 133), numa perspectiva teórica ele diz que a criatividade abre novos caminhos e abre caminhos para novos métodos, e que é sempre mais difícil criar do que seguir um modelo estabelecido.


3. Quais são as pistas que H. Becker oferece em relação as abordagens metodológicas em sua entrevista?

Becker conta que nos primeiros momentos da pesquisa sociológica nos Estados Unidos o “problema da metodologia não se colocou logo, veio um pouco depois” (p. 118) citando a contribuição de W. I. Thomas, Floria Znaniecki e outros. Aponta para o “plano de pesquisa” de Roben Park para falar quando a metodologia se torna realmente importante e para classificar a Escola de Chicago como uma “Escola de Atividades que executava, principalmente, o trabalho organizado por Park”. (p. 120).

Ele critica o método de Parsons, quando a teoria passou a ser um campo específico e salienta a contribuição de William Ogbum com os métodos estatísticos.

Becker ainda fala sobre um processo de hibridização em Chicago pela falta de professores para falar de uma importância maior dada à produção americana logo depois. Com isso, teóricos consagrados na Europa, como Marx, Weber e Durkheim, não ganham grande relevância nas abordagens metodológicas da sociologia americana.


4. Quais são as questões gerais tratadas por G. Velho no vídeo Narradores Urbanos e como estas se relacionam com seu método de pesquisa?

Gilberto Velho trata da antropologia urbana, primordialmente, na metrópoles. O Rio de Janeiro é lugar onde ele faz várias análises sobre o comportamento social, a relação entre a arquitetura urbana (as representações culturais, econômicas e sociais) dos bairros e das classes sociais. Suas viagens pelo mundo contribuem para o reforço da identidade da metrópole brasileira analisada.
O Museu Nacional é o lugar de agrupamentos teóricos de onde ele faz um link entre a pesquisa empírica vivenciada pelo pesquisador-participante no cotidiano da cidade.

Gilberto Velho apresenta no vídeo suas impressões, experiências e embasamento teórico sobre o que chama de antropologia urbana no contexto das grandes cidades.

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