Relatório sobre debate a partir da leitura em:
BARROS, José D’Assunção. Rupturas entre o presente e o passado: leituras sobre as concepções de tempo de Koselleck e Hannah Arendt In: Revista Páginas de Filosofia, v. 2, n. 2, p. 65-88, jul/dez. 2010.
Nesta sexta (29/03) aconteceu mais um debate sobre tempo e sociedade a partir da obra “Rupturas entre o presente e o passado: leituras sobre as concepções de tempo de Koselleck e Hannah Arendt” (Barros, 2010).
José D’Assunção Barros é historiador, doutor em História pela Universidade Federal Fluminense e se guia, nesse texto, pelas contribuições do historiador alemão Reinhart Koselleck, a partir do ensaio “Futuro Passado” (1979) e da filósofa política Hannah Arendt para discutir concepções sobre o tempo.
Na primeira parte do texto traz as ideias discutidas por Koselleck, tomando como ponto de partida as três instâncias da temporalidade (passado, presente e futuro) que abre espaço pra dois termos utilizados: Passado/Presente e Futuro/Presente. Estes termos estariam relacionados à Experiência e à Expectativa.
Para Koselleck, todos as experiências vividas e registradas estariam dentro do “Espaço da Experiência”, esse espaço moldaria os acontecimentos do presente, que por sua vez seria marcado pelo “Horizonte da Expectativa”. O autor vai falar sobre uma tensão entre expectativa e experiência e vai registrar que, segundo Koselleck (1979), na modernidade, as expectativas passam cada vez mais a distanciar-se das experiências feitas até então.
É a partir dessa discussão que Barros se utiliza das contribuições de Hannah Arendt para dar prosseguimento às discussões sobre o presente e o passado na segunda modernidade, oferecendo uma alternativa à ideia de linearidade do tempo, distinta, mas não antagônica à de Koselleck.
Nesta alternativa apresenta-se um confronto de temporalidades, como uma força que vem do passado e outra que parece vir do futuro, ambas presentes na prática cotidiana do homem que se autoproduz a partir dessas duas forças.
Por fim, foram feitas algumas considerações acerca de como enxergamos a ideia de futuro, numa perspectiva cristã, linear, de “futuro melhor” que faz com que estejamos sempre em movimento, criando expectativas, planejando o que é abstrato e o que não existe, porque não aconteceu, guiando-nos pela probabilidade e pelo imaginário.
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