domingo, 24 de fevereiro de 2019

Bases Teóricas sobre o Tempo: Regimes de Historicidade


No segundo encontro do CC Tempo e Sociedade (22/02), discutimos sobre Regime de Historicidade a partir de Hartog (2013), que inicia sua obra abordando a preocupação em se estabelecer uma ordem para compreender a relação das sociedades com o tempo e com a história.

Regime de Historicidade então, está diretamente ligado à ideia de ordem do tempo, que para o autor, lembra a "ordem do discurso" de Michel Foucault. Para Foucault, o discurso obedece ao contexto e ao momento, estes estabelecem um controle sobre as formas de discurso e quando eles devem surgir ou não.

A ordem do tempo, se dá por contextos ou momentos que marcam a história e controlam a forma como as sociedades se localizam ou se identificam no tempo. Para tanto, alguns marcos foram citados, como a Primeira e a Segunda Guerra Mundial, as ditaduras na América Latina, e primordialmente o queda do Muro de Berlim - que é pano de fundo para o texto com subtítulo "Do Pacífico a Berlim" -  que proporciona uma visão simultânea sobre o ocidente e o oriente, a queda do Socialismo e uma acessão ainda maior do Capitalismo. Hartog, registra que o futuro só pode ser pensado a partir das tradições.

Em "As Brechas", o autor cita, dentre tantos outros autores, Arendt (2002), para abordar as "rachaduras do tempo", no sentido de que não houve, ou não se deixou, um testamento que ligasse o passado ao futuro. Outro citado foi Zweig (1993), para abordar as "rupturas do tempo" na explicação sobre a não existência do passado: “[...] entre nosso hoje, nosso ontem e nosso anteontem, todas as pontes estão rompidas.” (p. 21).

Um outro elemento surge como superior à história, a "memória" aparece como elemento principal do Estado, primordialmente a partir de 1980, através de monumentos, moedas, selos... como garantia daquilo que se pretende lembrar e marcar para a formação de uma sociedade adequada a seus interesses. No caso da memória, a "testemunha" é que lhe confere verdade, e esta, por sua vez, se sobrepõe à história.

Outro ponto de discussão fortemente levantado por Hartog é a ideia de presente onipresente, e é a partir disso que se nomeia "presentismo", onde não existe passado, nem futuro.

Em "História Universal", o autor esclarece que o tempo também está ligado à cronologia histórica a partir de três noções de tempo.

Trechos do texto podem ser verificados no fichamento que fiz a partir da leitura em discussão:

FICHAMENTO: Hartog (2013) Ordens do Tempo, Regimes de Historicidade.

O vídeo "História e Temporalidade", que deixo disponível abaixo, fecha as discussões do encontro.






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