Compartilho aqui, apresentação realizada nesta segunda (11), sobre análise da Educação em Coaraci a partir de diversas discussões e fontes de pesquisa, dentre elas, o PME, entrevista com técnicos da secretaria de educação, com ex-gestores, documentos disponíveis no acervo da secretaria e nas bases oficiais.
terça-feira, 11 de dezembro de 2018
terça-feira, 27 de novembro de 2018
Valorização e Formação dos Professores _ Síntese Reflexiva
SCHEIBE, Leda. Valorização e Formação dos Professores para a Educação Básica: Questões Desafiadoras para um Novo Plano Nacional de Educação. Educ. Soc., Campinas, v. 31, n. 112, p. 981-1000, jul.-set. 2010.
Toda a discussão de Scheibe se faz a partir do Plano Nacional de Educação - PNE em vigor articulando questões já resolvidas e alguns próximos desafios. A autora argumenta que o momento da construção do PNE é o momento da sociedade dizer o que deve ser.
O Cenário apresentado se faz a partir da formação do professor com dados do Censo Escolar de 2007, quando observa que 68,4% dos professores brasileiros possuem graduação completa. Além disso:
82% são mulheres; A média de idade é de 38 anos; 80% atual em uma só escola; 63% em um só turno; 83% na zona urbano e; 84% é da rede pública. O perfil dos docentes é diverso e a ausência de um Sistema Nacional de Educação parece ser uma das razões pelas quais a profissão se apresenta tão diferenciada e fragmentada.
Além dos desafios citados, que estão centrados nos baixos salários, deterioração das condições de trabalho, longas jornadas, indisciplina e violência na escola, salas superlotadas e da dificuldade em realizar atualizações de conteúdo e metodológicas. Outro agravante é a formação, visto que muitas instituições oferecem o ensino a distância ou com encontro no turno noturno, numa tradição disciplinar.
Os mecanismos de controle adotados são ações dispensáveis, pois além de considerarem o professor como indivíduo que apenas vende sua força de trabalho, carecem de uma ação mais processual e disgnóstica que encare o professor como ator indispensável no processo de ensino.
Os principais marcos legais são a Constituição de 88 e a Lei de Diretrizes e Bases de 96. A Constituição Federal reafirma a República Federativa que também considera os municípios como ente federados, causando uma descentralização, importantes por considerar as especificidades locais, mas destrutivas no sentido de consolidação de ações em regime de colaboração. União, estados e municípios não falam a mesma língua. Outros marcos legais citados são o Fudeb (2007), as Diretrizes Curriculares Nacionais (2002), a Lei do Piso Salarial (2008), dentre outros.
Outro ponto importante, destacado durante a discussão de Scheibe, foi a indissociabilidade entre a valorização e a formação do professor, dois aspectos que devem ser analisados sempre em conjunto e não distintamente.
"O PNE tem como uma das suas tarefas primordiais aprofundar a articulação da formação inicial com a formação continuada" que não pode estar distante da realidade em que o professor está inserido. Os modelos de formação percebidos durante a discussão e que fazem parte da formação do professor são: O modelo de conteúdos culturais cognitivos (mais tradicional) e o modelo pedagógico didático (mais atual). Este ultimo considera a procução na socialização do conhecimento, nas possibilidades de ensinar tudo a todos. O Financiamento para a formação também torna-se um desafio. Algo que deve ser ampliado também para a pós graduação.
Por fim, as questões abordadas no PNE não são novas, há décadas de discussão sobre tais questões e as demandas por formação adequada deve ser apoiadas mais seriamente pelo poder central.
sábado, 24 de novembro de 2018
Mais reflexão, menos informação! - Síntese Reflexiva
LIMA, Sônia Regina Albano de. Mais reflexão, menos informação! In: FAZENDA, Ivani (org). O Que é interdisciplinaridade? São Paulo : Cortez, 2008.
Diante dos paradoxos onde se situam as ciências e a toda sociedade, as imposições da globalização primordialmente aos países em desenvolvimento, afetam drasticamente as formas de se produzir conhecimento, ameaçando a história, a cultura e a tradição locais. A Ciência demonstra não acompanhar o modelo da Sociedade Universal.
Com a globalização esperava-se uma nova ordem social, bem como uma integração dos valores e identidades locais com os valores e as identidades globais, o que não aconteceu, visto que as culturas se valeram de meios suficientes para autopreservação.
Cultura então, é vista como instrumento social a partir da visão de Cacline, defendendo que cada nação possui duas especificidades. Assim, o que é bom para uma cultura poderá não ser boa para outra, embora aconteça, a importação cultural principalmente em países em desenvolvimento, como é o caso do Brasil, agravando diversos problemas econômicos, sociais, políticos e culturais.
O Brasil, portanto, tem na sua formação social, a hegemonização da cultura portuguesa em detrimento de suas especificidades, causando a impossibilidade de assumir para si um modelo definido de ser. O que se percebe é a rejeição de tudo que se diz nacional e principalmente popular.
A tarefa para o enfrentamento desta problemática é destinada à Educação, que mesmo sofrendo com dicotomias e oposições, tem o papel de não apenas produzir conhecimento, mas transformar as escolas em espaços de interação social, entendendo que o conhecimento deve ser analisado a partir das experiências de vida dos diversos atores.
A educação brasileira, portanto, assume uma postura mais pluralista, democrática, descentralizada e flexível, a partir da criação das Leis de Diretrizes e Bases em 1996, atentandose para as necessidades socioculturais, brasileiras e ao mercado de trabalho. Contudo, diante dos desafios na contemporaneidade, torna-se necessária uma reforma com bases interdisciplinares num conjunto de ações que possam modificar o futuro, na utilização de objetos de troca a partir das experiencias de vida.
sexta-feira, 23 de novembro de 2018
A Interdisciplinaridade na Contemporaneidade: Qual Sentido? - Síntese Reflexiva
TAVARES, Dirce Encarnacion. A Interdisciplinaridade na Contemporaneidade - Qual Sentido? In: FAZENDA, Ivani (org). O Que é interdisciplinaridade? São Paulo : Cortez, 2008.
O texto trata da necessidade de atuações interdisciplinares pelo professor - que devem se reconhecer como professor-pesquisador - no mundo contemporâneo, globalizado e complexo, partir do pensamento de Edgar Morin com o paradigma da complexidade e reforçado pela ideia de Cibercultura (Pierre Levy); Identidades Culturais na Pós Modernidade (Stuart Hall); Modernidade e Identidade (Anthony Giddens); e Modernidade Líquida (Zygmunt Bauman).
A Interdisciplinaridade que estabelece o diálogo na heterogeneidade, é o caminho que garante a religação dos saberes no mundo globalizado, destituindo os atritos causados da relação (ou não relação) entre o saber fragmentado e a Realidades Muldimensionais.
A autora tece suas reflexões a partir da experiência, como educadora no ensino superior, ao analisar histórias de vida de alunos do curso de pedagogia com mais de sessenta anos, na tentativa de dar resposta a uma série de questionamentos sobre a relação desses idosos com os estudos, como eles se julgam, se compreendem e se revelam, seus sonhos e ideais, como enfrentam o novo e como atuam no mundo tecnológico e globalizado.
Interdisciplinaridade é atrelada à atitude do professor e que portanto traz heranças de sua história de vida, seu autoconhecimento e o seu compromisso com o saber. Estas atitudes estão imersas no “sentido do ser”, “sentido de pertencer” e, por fim, no “sentido do fazer”, o que faz com que o que mais importa no fazer cotidiano do trabalho do educador não seja o ensino, mas o ordenamento do ensino, na busca continua por conhecimento e autoconhecimento diante das suas contradições, exercitando o desapego à rotina dogmática, conservadora e prepotente, estando sempre aberto ao diálogo, criando perspectivas futuras, impulsionando projetos de vida, aprimorando em si e no seu aluno a capacidade de pensar sobre o contexto, no mundo moderno e complexo.
segunda-feira, 29 de outubro de 2018
Mainardes (2006): Abordagem do ciclo de políticas - Fichamento
Quero compartilhar um fichamento feito a partir da leitura em:
MAINARDES, Jefferson. Abordagem do ciclo de políticas: Uma contribuição para a análise de Políticas Educacionais. Educ. Soc., Campinas, vol. 27, n. 94, p. 47-69, jan./abr. 2006
Disponível em <http://www.cedes.unicamp.br>
Para acessar o texto CLIQUE AQUI
Para acessar o fichamento CLIQUE AQUI
domingo, 28 de outubro de 2018
Silva (2005): Onde a Crítica Começa
SILVA, Tomaz Tadeu da. Onde a Crítica Começa: Ideologia, Reprodução, Resistência [p. 29-36] em Documentos de Identidade: uma introdução às teorias do currículo. Belo Horizonte: Autêntica, 2005
Silva (2005), aborda já no início do texto, o panorama social mundial na década de 60, que foi marcado por amplas transformações. Um novo caráter das emergências sociais foi verificado em diversos países e a influência da educação como um instrumento de combate às desigualdades sociais passou a configurar um espaço aquecido e promissor de reflexões, análises e intervenções em vários locais e ao mesmo tempo.
Silva (2005), aborda já no início do texto, o panorama social mundial na década de 60, que foi marcado por amplas transformações. Um novo caráter das emergências sociais foi verificado em diversos países e a influência da educação como um instrumento de combate às desigualdades sociais passou a configurar um espaço aquecido e promissor de reflexões, análises e intervenções em vários locais e ao mesmo tempo.
As teorias tradicionais chocam-se com as teorias críticas e o currículo educacional recebe direta influência desse conflito. Em ordem cronológica, entre 1970 e 1979, Silva apresenta marcos fundamentais que abordam tanto a visão crítica da educação, quanto do próprio currículo, começando por Paulo Freire, com a Pedagogia do Oprimido.
A partir disso, Silva se volta para a obra de Louis Althusser, “A Ideologia e os Aparelhos Ideológicos do Estado” abordada como capaz de estabelecer uma conexão entre educação e ideologia, numa visão marxista, que aponta como manutenção da sociedade capitalista a partir da reprodução da força de trabalho e dos meios de produção, além dos mecanismos dos aparelhos repressivos e ideológicos do Estado.
A ideologia, na primeira parte da obra de Althusser, é constituída por crenças que nos levam a aceitar as estruturas sociais (capitalistas) existente como boas e desejáveis. Na segunda parte ela se utiliza dos aparelhos ideológicos, e a escola é o aparelho primordialmente abordado.
A escola como aparelho ideológico, transmite a ideologia a através do seu currículo, que doutrina e segrega. Os elos que são estabelecidos entre a escola e a economia, a escola e a produção, se apropriam da visão de Karl Marx sobre a sociedade capitalista. Conclui-se que a escola contribui para a reprodução da sociedade capitalista.
Enquanto Authusser aponta para conteúdo das disciplinas na escola enquanto aparelho ideológico, Bowles e Gintis explicam a relação entre escola e produção pelo conceito de correspondência, numa aprendizagem que se dá pelas relações sociais. O ideal é que o estudante de desenvolva e se aprimore subordinado numa adequação à classe dominada das relações de trabalho. As relações sociais da educação são as relações de trabalho. Além da contribuição de Karl Marx à escola capitalista, utiliza-se também as contribuições de Pierre Bourdieu e Jean-Claude Passeron que defendem que a cultura funciona como uma economia.
O processo de reprodução social está centrado no processo de reprodução cultural. E a cultura torna-se capital cultura à medida em que ganhar valor socialmente. A teoria sobre o símbolo de Bourdieu pertence a um mecanismo que garante que a cultura dominante seja “a cultura” por intermédio que os dois teóricos (Boudieu e Passeron) chamam de dupla violência (imposição e ocultação da imposição). Os dois teóricos trazem o conceito de Pedagogia Racional que defende que a educação possibilite as crianças das classes dominadas o aprendizado na escola a partir de suas realidades e não apenas da realidade das crianças das classes (e cultura) dominante.
A ideia do texto de Silva, desde Althusser até Bourdieu e Passeron é a análise da educação a partir da teoria educacional crítica que surge fortemente a partir dos anos 60, primordialmente nos anos 70 e 80.
Silva (2005): Teorias do Currículo: O que é isso?
SILVA, Tomaz Tadeu da. Teorias do Currículo: O que é isso? [p. 11-17] em Documentos de Identidade: uma introdução às teorias do currículo. Belo Horizonte: Autêntica, 2005
O autor neste capítulo, inicia a discussão a partir de alguns questionamentos sobre o desenho da educação e quais influências a educação atual recebeu ao longo dos anos para que se pudesse definir hoje teorias educacionais, no caso deste capítulo, a teoria do currículo. Após isso discute os conceitos de teoria e de currículo.
O currículo, por sua vez começa a ser analisado a partir da influência da administração científica na educação norte americana, Bobbitt em The Curriculum (1918), concentra essas ideias e o desenho da educação ganha respaldo a partir da racionalização de resultados, rigorosamente especificados e medidos.
Durante a Revolução Industrial (a partir do sec. XVIII), Taylor influencia fortemente a produção em grande escala com o estudo dos tempos e movimentos para racionalização do trabalho e embute no processo produtivo a especialização do trabalho amplamente reproduzida nos modelos educacionais.
A consolidação do capitalismo na modernidade a partir da revolução industrial trouxe grandes mudanças não apenas na economia, mas na educação, política e nas questões sociais. Silva defende que o efeito final, se torna um processo industrial e administrativo.
Silva ainda evidencia que existe uma questão de subjetividade ou identidade nas teorias do currículo, e que nas discussões cotidianas sobre currículo, nos esquecemos que de ele está entrelaçado na nossa realidade, naquele que somos e naquilo que nos tornamos.
O currículo se constitui elo direto com as transformações que acontecem na sociedade. As teorias que desenham os currículos, ou seja, os caminhos pelos quais a educação deve se guiar, podem ser organizadas a partir de três categorias: a) Teorias Tradicionais: focam no ensino, aprendizagem, avaliação, metodologia, eficiência, etc. numa perspectiva técnica. b) Teorias Críticas: Ideologia, Reprodução cultura e social, poder, classe social, capitalismo, etc. c) Teoria Pós-Crítica: Identidade, alteridade, diferença, subjetividade, significação e discurso, saber-poder, representação, cultura, gênero, etc.
sábado, 27 de outubro de 2018
Parâmetros Curriculares Nacionais: Temas Transversais
A imagem traz os temas transversais de acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (1998). Os temas são: Ética; Saúde; Meio Ambiente; Orientação Sexual; Pluralidade Cultura; Trabalho e Consumo.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN, Brasil (1998), para o terceiro e quarto ciclos do Ensino Fundamental ao abordar os chamados “Temas Transversais”, os associa com os objetivos do Ensino Fundamental, enfatizando que “o papel fundamental da educação no desenvolvimento das pessoas e das sociedades amplia-se ainda mais no despertar no novo milênio.” Isso porque as transformações sociais, econômicas e políticas da modernidade demandam das instituições um conjunto de ações cada vez mais dinâmicas para o entendimento e atendimento a essas transformações.
Para a educação brasileira, formular um documento que garantisse prérequisitos a serem considerados por todos os professores no seu fazer cotidiano de educação, respeitando as diversidades regionais, socias, culturais e políticas existentes no nosso país, demonstrou-se o melhor caminho para dar forma e identidade ao sistema educativo brasileiro.
É sempre importante ressaltar, que os PCN como o nome sugere, são parâmetros que servem de aporte para construção ou organização dos currículos escolares. Eles não são o único documento, nem são verdade absoluta que deve ser absorvida à risca por todas as realidades educacionais de um país com dimensões continentais e tão diverso.
Justamente por isso, Brasil (1998), destaca que os PCN devem servir de apoio às discussões e ao desenvolvimento do projeto educativo das escolas, à reflexão sobre a prática pedagógica, ao planejamento das aulas, análise e seleção de materiais didáticos, recursos pedagógicos e, em especial, à formação e atualização profissional.
A estrutura dos PCN para o Ensino Fundamental associa diretamente os objetivos desta etapa de ensino aos chamados “Temas Transversais”, a saber: Ética; Saúde; Meio Ambiente; Orientação Sexual; Pluralidade Cultural; Trabalho e Consumo. Esses temas interligam todas as áreas de conhecimento compreendidas no currículo escolar: Língua Portuguesa; Matemática; Ciências Naturais; História, Geografia; Arte; Educação Física e Língua Estrangeira.
A estrutura apresentada revela uma realidade: Os temas transversais são assim chamados porque eles atravessam todas as áreas de conhecimento e que apenas uma área de conhecimento não é o suficiente para compreensão e resolução desses temas. O tema transversal Ética, por exemplo, deve (e só é possível se assim o fizer) ser compreendido a partir da contribuição das diversas áreas de conhecimento.
Esse agrupamento é possível a partir de um mecanismo reverso à herança positivista de fragmentação do conhecimento. A este mecanismo dá-se o nome de Interdisciplinaridade. Que passa a ser melhor entendida quando delimitada a partir de sua relação com outras palavras que disputam o mesmo terreno, não de maneira estanque, mas num Continuum, como recomenda Pombo (2008).
Pombo (2008), consegue definir interdisciplinaridade ao delimitá-la entre a Pluri/Multidisciplinaridade, que significa “pôr em conjunto”, uma coordenação entre as áreas de conhecimento; e a Transdisciplinaridade que se faz no momento em que cessam-se as convergências e surgem a fusão, a unificação das diversas áreas do conhecimento.
Entendo Interdisciplinaridade, neste espaço, a partir de Pombo (2008), que a designa como o intermédio entre a Multi/Pluri e a Transdisciplinaridade, indicando a combinação, a convergência, a complementaridade entre as áreas de conhecimento.
As ações interdisciplinares sugeridas pelos PNC em Temas Transversais, partem do pressuposto de que uma única área do conhecimento não é suficiente para tratar estes temas, e que esta área precisa do suporte e complementaridade de outras áreas para que seja possível tal tarefa.
Tudo isso precisa ser aplicado aos processos intensamente vividos pela sociedade, pelas comunidades, pelas famílias, pelos alunos e educadores em seu cotidiano. A Transversalidade traz para o centro da discussão a realidade dos sujeitos envolvidos no processo de ensino e aprendizagem, considerando que são as relações sociais que verdadeiramente educam.
Os PCN trazem todos os Temas Transversais e os apresentam em dois momentos, num primeiro são expostos os conceitos, a importância do tema e como ele se desdobra na sociedade. Num segundo momento são apresentados conteúdos a serem considerados no percurso educativo para terceiro e quarto ciclos do Ensino Fundamental.
Fontes:
Brasil. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: terceiro e quarto ciclos: apresentação dos temas transversais / Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília : MEC/SEF, 1998.
POMBO, Olga. Epistemologia da Interdisciplinaridade. [artigo] Revista do Centro de Educação e Letras da Unioeste - Campus Foz do Iguaçu. v 10. nº 1 p. 9-40. 2008.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN, Brasil (1998), para o terceiro e quarto ciclos do Ensino Fundamental ao abordar os chamados “Temas Transversais”, os associa com os objetivos do Ensino Fundamental, enfatizando que “o papel fundamental da educação no desenvolvimento das pessoas e das sociedades amplia-se ainda mais no despertar no novo milênio.” Isso porque as transformações sociais, econômicas e políticas da modernidade demandam das instituições um conjunto de ações cada vez mais dinâmicas para o entendimento e atendimento a essas transformações.
Para a educação brasileira, formular um documento que garantisse prérequisitos a serem considerados por todos os professores no seu fazer cotidiano de educação, respeitando as diversidades regionais, socias, culturais e políticas existentes no nosso país, demonstrou-se o melhor caminho para dar forma e identidade ao sistema educativo brasileiro.
É sempre importante ressaltar, que os PCN como o nome sugere, são parâmetros que servem de aporte para construção ou organização dos currículos escolares. Eles não são o único documento, nem são verdade absoluta que deve ser absorvida à risca por todas as realidades educacionais de um país com dimensões continentais e tão diverso.
Justamente por isso, Brasil (1998), destaca que os PCN devem servir de apoio às discussões e ao desenvolvimento do projeto educativo das escolas, à reflexão sobre a prática pedagógica, ao planejamento das aulas, análise e seleção de materiais didáticos, recursos pedagógicos e, em especial, à formação e atualização profissional.
A estrutura dos PCN para o Ensino Fundamental associa diretamente os objetivos desta etapa de ensino aos chamados “Temas Transversais”, a saber: Ética; Saúde; Meio Ambiente; Orientação Sexual; Pluralidade Cultural; Trabalho e Consumo. Esses temas interligam todas as áreas de conhecimento compreendidas no currículo escolar: Língua Portuguesa; Matemática; Ciências Naturais; História, Geografia; Arte; Educação Física e Língua Estrangeira.
A estrutura apresentada revela uma realidade: Os temas transversais são assim chamados porque eles atravessam todas as áreas de conhecimento e que apenas uma área de conhecimento não é o suficiente para compreensão e resolução desses temas. O tema transversal Ética, por exemplo, deve (e só é possível se assim o fizer) ser compreendido a partir da contribuição das diversas áreas de conhecimento.
Esse agrupamento é possível a partir de um mecanismo reverso à herança positivista de fragmentação do conhecimento. A este mecanismo dá-se o nome de Interdisciplinaridade. Que passa a ser melhor entendida quando delimitada a partir de sua relação com outras palavras que disputam o mesmo terreno, não de maneira estanque, mas num Continuum, como recomenda Pombo (2008).
Pombo (2008), consegue definir interdisciplinaridade ao delimitá-la entre a Pluri/Multidisciplinaridade, que significa “pôr em conjunto”, uma coordenação entre as áreas de conhecimento; e a Transdisciplinaridade que se faz no momento em que cessam-se as convergências e surgem a fusão, a unificação das diversas áreas do conhecimento.
Entendo Interdisciplinaridade, neste espaço, a partir de Pombo (2008), que a designa como o intermédio entre a Multi/Pluri e a Transdisciplinaridade, indicando a combinação, a convergência, a complementaridade entre as áreas de conhecimento.
As ações interdisciplinares sugeridas pelos PNC em Temas Transversais, partem do pressuposto de que uma única área do conhecimento não é suficiente para tratar estes temas, e que esta área precisa do suporte e complementaridade de outras áreas para que seja possível tal tarefa.
Tudo isso precisa ser aplicado aos processos intensamente vividos pela sociedade, pelas comunidades, pelas famílias, pelos alunos e educadores em seu cotidiano. A Transversalidade traz para o centro da discussão a realidade dos sujeitos envolvidos no processo de ensino e aprendizagem, considerando que são as relações sociais que verdadeiramente educam.
Os PCN trazem todos os Temas Transversais e os apresentam em dois momentos, num primeiro são expostos os conceitos, a importância do tema e como ele se desdobra na sociedade. Num segundo momento são apresentados conteúdos a serem considerados no percurso educativo para terceiro e quarto ciclos do Ensino Fundamental.
Fontes:
Brasil. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: terceiro e quarto ciclos: apresentação dos temas transversais / Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília : MEC/SEF, 1998.
POMBO, Olga. Epistemologia da Interdisciplinaridade. [artigo] Revista do Centro de Educação e Letras da Unioeste - Campus Foz do Iguaçu. v 10. nº 1 p. 9-40. 2008.
Análise de Projeto na Perspectiva Interdisciplinar
Quero compartilhar a análise feita em grupo de projeto desenvolvido em uma instituição de ensino da região sul da Bahia, para o Componente Curricular "Interdisciplinaridades: Teorias e Práticas".
O texto de análise pretende buscar contribuições de alguns teóricos estudados durante o componente, a saber: Olga Pombo, Felix Guatarri, Augusta Alvarenga e Hilton Japiassu.
Para Acessar o texto de análise, CLIQUE AQUI
Abaixo, disponibilizamos (em jpeg) os slides de apresentação da análise:
terça-feira, 16 de outubro de 2018
Último Encontro do CC Planejamento e Avaliação
Registro do último encontro que tivemos no Componente Curricular Planejamento e Avaliação. Neste encontro socializamos os projetos de intervenção construídos pelos grupos e que tinham o intuído de fomentar a discussão sobre planejamento e avaliação, além de garantir ações eficazes nas redes de ensino no que diz respeito a gestão democrática, educação libertadora, consciência social e ambiental e práticas de ensino, elencando as diversas áreas do conhecimento.
A Importância da Matemática no meu Trabalho
Quero compartilhar um vídeo que gravei hoje (na horizontal como manda a rede globo rsrs) para uma turma da Unime, sobre a importância da matemática no meu trabalho. Essa ideia se casa muito bem com o Componente Curricular estudado durante a ABI "Matemática e Cotidiano".
domingo, 14 de outubro de 2018
Evento: XIX Encontro de Geografia da UESC
"Os cursos de Geografia da UESC, vem ao longo dos últimos 19 anos realizando de forma sistemática um encontro que é intitulado: Encontro de Geografia da UESC, que este ano esta na sua XIX edição. Este evento tem contado ao longo dos anos com a participação de alunos, egressos, professores e profissionais desta Instituição e de outras instituições que juntos discutem a ciência geográfica no período de três dias em atividades diversas como: mesas redonda, conferencias, mini-cursos e outros. No XIX Encontro de Geografia da UESC, este ano estaremos discutindo o seguindo tema: VELHAS E NOVAS PRÁTICAS DE REPRODUÇÃO SÓCIO-ESPACIAL NO MUNDO EM CRISE."
Mais informações, CLIQUE AQUI
Fonte: Site UESC
Evento: II Colóquio "O Homem e seu Entorno - Marx 200 anos"
O II Colóquio O Homem e seu Entorno, um evento organizado pelo Departamento de Filosofia e Ciências Humanas (DFCH) da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), através dos Projetos de Extensão Teatro Popular e Interculturalidade e O Homem: o que ele é? Uma reflexão acerca da natureza humana, será realizado no período de 05 a 08 de novembro de 2018, nos Auditórios Jorge Amado e Centro de Arte e Cultura Governador Paulo Souto, entre outros espaços da UESC.
Com o tema "Marx 200 Anos: um pensamento ainda inquietante", tem como público alvo estudantes de graduação e pós-graduação, docentes do Ensino Superior, profissionais atuantes na Educação Básica, integrantes de Movimentos Sociais e outras organizações populares, pesquisadores e demais interessados nas temáticas do evento.
OBJETIVO
Promover um espaço para a reflexão, o diálogo e a construção de saberes sobre diferentes aspectos referentes aos principais problemas econômicos, políticos, estéticos e socioculturais contemporâneos, numa perspectiva multifacetada do pensamento de Karl Marx.
Evento: IV Jornada de Literatura, História e (auto)Biografia
"O evento busca agregar pesquisadores das relações entre literatura, história, relações étnico-raciais e espaço biográfico. Acentua a confluência de discursos, horizontes de expectativas e maneiras de leitura, que permitam discutir os limites e constituições dos campos histórico e literário, também, das expressões (auto)biográficas e suas estilizações, como veículo privilegiado para enunciação das minorias e viabilização de efetivos contatos interculturais e intersocietários"
Evento: Semana Nacional de Ciência e Tecnologia 2018
As edições anuais da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) são compostas de múltiplas programações conduzidas por instituições de ensino e pesquisa em todo o Brasil. A Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB) divulgou as agendas relacionadas à semana de 15 a 19 de outubro de 2018, indicando palestras, oficinas e eventos a serem realizados nos campi de Itabuna, Porto Seguro e Teixeira de Freitas. Em pauta, o tema do evento para este ano: Ciência para redução das desigualdades.
O evento integra a Semana Territorial de Ciência e Tecnologia 2018 (STCT Litoral Sul Baiano), unindo esforços da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), IFBA, Ceplac, Senai, IF Baiano, UFSB, NTE 05, Instituto Uiraçu e o Programa Ciência na Escola (PCE) do Governo do Estado da Bahia em 26 municípios do Território Litoral Sul da Bahia, por meio de atividades interdisciplinares ou transdisciplinares. A ideia é integrar instituições e profissionais no debate e exposição de ações que ajudam a reduzir todas as formas de desigualdade.
Conforme programação organizada pelas comissões locais e divulgada pela Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (PROPPG), a solenidade de abertura está marcada para as 19h do dia 15, com transmissão via webconferência desde o Campus Jorge Amado, em Itabuna. A partir daí iniciam-se as programações específicas, em paralelo com atividades que terão transmissão multicampi, como a quarta edição do Congresso de Iniciação à Pesquisa, Criação e Inovação (CIPCI), que ocorrerá de 16 a 18 de outubro.
Mais informações acesse SNCT 2018
Fonte deste texto:
https://www.ufsb.edu.br/ultimas-noticias/1191-ufsb-anuncia-atividades-da-snct-2018-nos-tres-campi
terça-feira, 9 de outubro de 2018
sexta-feira, 5 de outubro de 2018
POMBO: Epistemologia da Interdisciplinaridade - Fichamento
Quero Compartilhar um fichamento e alguns slides feitos a partir da leitura em:
POMBO, Olga. Epistemologia da Interdisciplinaridade. [artigo] Revista do Centro de Educação e Letras da Unioeste - Campus Foz do Iguaçu. v 10. nº 1 p. 9-40. 2008.
Para acessar o fichamento CLIQUE AQUI
quarta-feira, 3 de outubro de 2018
Transversalidade e Educação: Desenhando Conceitos
As heranças da especialização do trabalho vivenciadas na Revolução Industrial (a partir do sec. 18) se reproduzem na forma como desenhamos a sociedade e a nossa educação. A disciplina, tal como o significado no nome sugere, tem o papel de garantir o limites dispostos pelos conhecimento especializados sem considerar uma conversa entre as várias áreas do conhecimento.
A disciplina, tão bem adaptada ao carater militar da nossa educação, reproduz formas de controle, na justificativa equivocada de que apenas mantendo a "ordem" consegue-se o sucesso no processo educativo. De forma prática a vida nos exige o oposto, uma compreensão critica sobre a educação, sua instrumentalização e a sua relação com a nossa realidade e nosso cotidiano, disposto num emaranhando de vivências.
A proposta de Gallo (2000), com a transversalidade na educação, pensando parâmetros não disciplinares, esboça possibilidades que garantam uma quebra dos paradigmas enraizados em nossa educação, a partir do paradigma do "rizoma", refletindo sobre como a nossa educação deve estar mais voltada para as realidades de seus educandos numa perspectiva mutua, que garanta não só uma conversa entre as várias área do conhecimento, mas no intuito de uma educação transformadora e que se permita transformar cotidianamente
A disciplina, tão bem adaptada ao carater militar da nossa educação, reproduz formas de controle, na justificativa equivocada de que apenas mantendo a "ordem" consegue-se o sucesso no processo educativo. De forma prática a vida nos exige o oposto, uma compreensão critica sobre a educação, sua instrumentalização e a sua relação com a nossa realidade e nosso cotidiano, disposto num emaranhando de vivências.
A proposta de Gallo (2000), com a transversalidade na educação, pensando parâmetros não disciplinares, esboça possibilidades que garantam uma quebra dos paradigmas enraizados em nossa educação, a partir do paradigma do "rizoma", refletindo sobre como a nossa educação deve estar mais voltada para as realidades de seus educandos numa perspectiva mutua, que garanta não só uma conversa entre as várias área do conhecimento, mas no intuito de uma educação transformadora e que se permita transformar cotidianamente
Fonte:
Do livro: ALVES, Nilda; GARCIA, Regina Leite (orgs.) O Sentido da Escola. Rio de Janeiro: DP&A, 2000.
Transversalidade e educação: pensando uma educação não-disciplinar*
Sílvio Gallo**
Sílvio Gallo**
terça-feira, 2 de outubro de 2018
Recursos de Memória e a Minha História
Atividade sobre a importância de documentos de memória para compreender a minha história, da minha cidade, estado e país.
Para fazer o levantando de documentos familiares e pessoais de memória, a fonte escolhida foi a fotografia e o relato oral. Escolhi essas fontes pela facilidade que tive em acessá-las. Quando penso em memória, lembro de aspectos como o tempo, documentos antigos e em como essas informações antigas podem ser preservadas.
Sempre que penso no meu na minha formação, seja ela pessoal ou acadêmica, vem à minha mente uma fotografia que guardo comigo até hoje, nessa fotografia eu estou montado num cavalinho de madeira na frente da minha casa, eu tinha acabado de chegar da escola e o meu pai sabia que o meu sonho era tirar uma foto montado num cavalinho daqueles.
Essa fotografia é a primeira prova concreta que tenho de que os sonhos podem ser realizados. Acredito que o recurso de memória são o elo entre o presente e o passado. A memória traz elementos da nossa história que ganham significado a partir das nossas experiências no presente. É a partir da memória que compreendemos e constituímos nossa identidade.
A fotografia, preservada, perpetua um dado momento. Penso que a fotografia seja importante para a sociedade por achar que seja quase impossível imaginarmos uma família ou um grupo de pessoas que não tenham sido fotografadas. Entendo como um importante instrumento na busca da própria identidade.
Quando coletei o relato oral de minha mãe sobre quando mudamos para nossa casa atual em 1993, percebi para que fosse perpetuado ele deveria ser passado de uma geração para outra fidedignamente, o que seria uma tarefa muito difícil. O relato oral, traz consigo a necessidade de um outro recurso, que seria registrado de forma concreta, através da escrita por exemplo.
Ao pensar nas fontes escolhidas para a atividade e a sua relação com a educação, lembro que nas sociedades antigas a educação se fazia inicialmente de forma oral na tentativa de perpetuar os conhecimentos na sociedade, este recurso sempre nos acompanhou.
Contudo, no intuito de formalizar e estruturar esses conhecimentos outros recursos foram agregados como a escrita. Com isso, compreendi que o registro escrito de relatos orais é uma importante ferramenta para a preservação da memória.
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