sábado, 11 de maio de 2019

Sequência Didática: Coaraci no Tempo e na História


Essa sequência didática tem como objetivo principal, contribuir com a compreensão sobre o tempo na história (tempo cronológico e tempo histórico) a partir de uma revisão da história política do município de Coaraci. Para isso, objetivos específicos foram delineados, a saber:

Fomentar reflexões sobre o(s) concepção(ões) de tempo.
Mediar a compreensão sobre o tempo cronológico e as formas de se “medir o tempo” e sobre o tempo histórico a partir, a ideia de simultaneidade e as dimensões do tempo (curta, média e longa duração).
Conhecer o contexto histórico e geográfico do município de Coaraci situando-o no tempo cronológico e histórico.
Situar registros fotográficos da cidade de Coaraci no tempo percebendo como esses registros contribuem para a narrativa histórica sobre o município.
Compreender o processo de formação da cidade de Coaraci a partir da ideia de simultaneidade do tempo histórico.
Conhecer o prefeitos da cidade de Coaraci, associando eventos já levantados e esses períodos políticos, tanto no âmbito municipal, quanto estadual e federal.
Compartilhar memórias individuais/coletivas sobre a história de Coaraci, comparando-as com os registros levantados sobre a cidade ao longo do tempo.

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NORBERT (1998): Sobre o Tempo


Fichamento feito a partir da leitura em:
ELIAS, Norbert. Sobre o tempo. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1998. (p. 33 - 50)

Tempo e noção de tempo ligada à experiência humana, o processo de aprendizagem ao longo das gerações. A capacidade de síntese do homem para relacionar os acontecimentos não é simplesmente condição de um indivíduo particular, como defenderam os filósofos de Descartes e Kant, mas transmitida de uma geração para outra. Isso porque a visão de homem de esses filósofos tinham não contemplavam a construção do homem ao longo dos séculos, como uma unidade autônoma.

A noção que temos de tempo hoje, só é possível por conta das experiências humanas ao longo dos anos, construindo a partir do poder de síntese, o que pode ser o tempo. As formas de medir o tempo desenvolvidas ao longo dos anos, também configuram a forma como percebemos o tempo. Com o passar dos anos a formas de textualizar as abstrações ou sintetizações dos acontecimentos também mudaram. A linguagem é outra.

Quando mais autônomo o ser humano se tornava com relação à natureza, mais tornou-se dependente de dispositivos artificiais para medir o tempo. Lembrando que essa evolução não é retilínea, mas cheia de retrocessos e descontinuidades. Outro problema com relação ao entendimento sobre o tempo e a substantivação do próprio tempo.

Coube a Einstein evidenciar o tempo como uma força de relação e não como um fluxo objetivo, como acreditava Newton. O desenvolvimento das sociais no espaço físico da natureza, fez com que o homem enxergasse natureza e sociedade separadamente. Pensar o tempo separando as dimensões física e social não é possível.

Ao longo dos anos, mecanismos, eventos e ações foram utilizados como medidores do tempo. Mas os problemas sobre o tempo não foram superaram.

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Sequências Didáticas para Produção de Material Didático



A atividade final do Laboratório “Análise de Material Didático” consistiu em observar a realidade de uma unidade escolar e propor a partir de uma sequência didática uma ação de ensino e aprendizagem que culminasse na produção de um recurso didático. A aplicação da proposta e este relatório também fazem parte da atividade final.

Os conhecimentos e saberes adquiridos ao longo do quadrimestre possibilitaram uma análise crítica sobre os recursos que auxiliem os processos de ensino e aprendizagem além de uma visão mais ampla sobre materiais para além do livro didático.

Esse relatório deve contemplar duas propostas distintas, uma primeira pensada para o anexo do Colégio Estadual Almakazir Gally Galvão - CEAGG, Colégio Universitário da Universidade Federal do Sul da Bahia e uma última pensada para o 3º ano médio regular do colégio (sede).

ACESSE:

UNESCO (1998): Educação ao Longo de Toda a Vida

Fichamento feito a partir da leitura em:
UNESCO. Cap. 05: Educação ao Longo de Toda a Vida, em: Educação um Tesouro a Descobrir: Relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para o século XXI. Cortez Editora, São Paulo – SP. 1998.


Com a ideia de Educação ao longo da vida e primordialmente com as questões especificas da relação entre a idade adulta e a aprendizagem, torna-se necessária a desconstrução da ideia de que o potencial cognitivo diminui com a idade acaba fomentando o preconceito de que o adulto não é mais apto a aprender, deste modo, a educação (e principalmente a alfabetização) de adultos esbarra numa convenção equivocada de que não são necessários investimentos numa educação para a população adulta.

Princípio da Educação Permanente traz que a educação acontece ao longo da vida, não em fases ou momentos determinados, e que a escola não pode estar distante desse processo. Promover a Educação Permanente significa garantia do direito de todos à educação independentemente da idade.

É importante reconhecer que a Educação Permanente propicia a formação dos educandos e dos trabalhadores como cidadãos com autonomia tornando-o capazes de dialogar com as mudanças requeridas pela sociedade no sentido da justiça, igualdade e do direito de todos.

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UNESCO (1998): Os Quatro Pilares da Educação

Fichamento feito a partir da leitura em:
UNESCO. Cap. 04: Os Quatro Pilares da Educação, em: Educação um Tesouro a Descobrir: Relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para o século XXI. Cortez Editora, São Paulo – SP. 1998.

Os quatro pilares da educação levantados pela Comissão Internacional sobre Educação à Unesco, considera o ser humano com suas complexidades num mundo também complexo, múltiplo, que carrega paradoxos que só podem ser solucionados se o ser humano é visto integralmente do ponto de vista local e global, capaz de modificar de forma inter e transdisciplinar os problemas ou conflitos que coexistem em sua realidade.

Pensar o ser humano como autônomo, capaz de criar e inovar num mundo extremamente complexo e desafiados e pensa-lo não só do ponto de vista da educação bancária, ou de tua educação extremamente técnica e pouco estratégica. A educação e suas bases devem garantir um caminho pelo qual o homem em sua totalidade e ao longo da vida, seja protagonista frente aos problemas que o rodeiam.

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Observação em Campo-Escola para Intervenção



O presente texto faz referência à observação realizada no campo-escola, considerando múltiplas perspectivas de análise do espaço escolar e do material didático utilizado (ou não) naquela unidade para, posteriormente, pensar uma intervenção que resulte na produção de um material didático.

A Unidade Escolar escolhida foi o anexo do Colégio Estadual Almakazir Gally Galvão (CEAGG) no distrito de Itamotinga, pertencente ao município de Coaraci-BA. O anexo, como o “colégio-sede”, oferta o ensino médio e funciona no Prédio Escolar João Mendes da Costa cedido pelo município, construído na gestão do prefeito Gilberto Lyrio e inaugurado no dia 12 de dezembro de 1969. O ato de inauguração provavelmente fez parte das comemorações alusivas à emancipação política da cidade que aconteceu é 12 de dezembro de 1952 e desde então é comemorada todos os anos.


Antes de tecer análise sobre o espaço escolar, a relação entre professores e recursos didáticos, o desenvolvimento de atividades pedagógicas e as possibilidades de produção, torna-se necessário mencionar um momento anterior, o do deslocamento de professores e alunos para o anexo. Três ou quatro professores se deslocam diariamente e alguns alunos embarcam no percurso, a escola está numa localidade de difícil acesso e a viagem dura entre 40 minutos e 01 hora, alguns trechos oferecem um certo risco e em dias de chuva todas as dificuldades do trajeto ganham uma proporção maior. Ao entrar no ônibus para nossa observação no campo-escola, que aconteceu numa terça-feira, dia 19 de março do corrente ano, às 18h e 10min, constatamos livros didáticos empilhados no piso do transporte, eles seriam entregues naquele que seria o segundo dia de aula.


As aulas são ofertadas no turno noturno e, embora regular, a cotidiano dá às práticas pedagógicas, características de educação de jovens e adultos (EJA) e educação do campo. O anexo possui menos de 50 alunos matriculados o que, para o Governo do Estado, do ponto de vista administrativo e financeiro, não é um atrativo para a manutenção de oferta do ensino médio naquele lugar. A comunidade escolar ali, não se sente parte da “colégio-sede”, não participa dos projetos ao longo do ano e não apresenta perspectivas quanto ao ingresso no ensino superior. Uma professora, desenvolve todo ano um projeto voltado para preservação da memória local, valorização da história do distrito e a relação entre o homem e o meio ambiente.

O grupo de observação foi composto por 07 alunos da Universidade Federal do Sul da Bahia - UFSB, a saber: Alana Benevides de Souza, Adclecia Andrade, Geiziane Teles da Silva, Hildebrando Neri dos Santos Neto, Luciara Oliveira do Nascimento e por nós, Erivelton Souza Campos e Kévila dos Santos Souza Guerra.

Num primeiro momento notou-se que a escola estava ainda em reforma, com pintura recente e ainda desorganizada. O prédio possui 03 salas de aulas, amplas e arejadas, 04 banheiros pequenos, 01 sala que serve como secretaria, coordenação e sala de professores (apenas uma professora afastada da sala de aula atua como secretária e coordenadora no local), 01 cozinha, 01 sala reservada para o funcionamento da diretoria de uma creche municipal no turno matutino. O mobiliário é aparentemente adequado.

Na sala: mesas, cadeiras, mesa do professor, um quadro branco e um “ventilador de pé”. A escola não possui computador, aparelho de som ou DVD. Livros apenas os didáticos, 01 aparelho de Datashow quebrado, uma TV pendrive, murais vazios e um globo. A escola possui acesso à internet.



Acompanhamos uma aula de química, ministrada pelo professor Lázaro na turma do 1º ano. A aula foi dada considerando a realidade local e o cotidiano dos alunos, a diferença entre produtos naturais e industrializados, a composição de medicamentos comuns.


Conversamos também com o professor Caetano, que ministrou aula de espanhol no 2º ano, o professor organizou a sala em círculo antes da entrada dos alunos e tinha consigo alguns dicionários do espanhol. Segundo ele, os dicionários foram conseguidos numa gincana, pois a escola não possuía esses matérias, alguns foram doados ou comprados pelo próprio professor. O professor ainda cita algumas dificuldades no ensino dá língua espanhola, os livros didáticos, por exemplo, vêm com um CD anexado, mas o uso é impossível na escola atualmente pela falta de aparelho de som.

Muitos alunos vão para a escola, fardados, mas não entram no prédio, ficam do lado de fora socializando, os que possuem celulares utilizam o sinal da rede wi-fi da escola. A parte externa da escola parece ser um lugar de fuga, eles não estão em casa, mas também não estão assistindo aula. Existe outra área externa nos fundos da escola, é ampla, limpa e muito arejada com uma grande árvore no meio. O espaço parece ser oportuno para atividades fora da sala de aula, socialização, leitura, projetos, etc. mas não é utilizado.

A adequação desse espaço para atividades educativas parece ser uma ação acertada para a melhoria da prática pedagógica. Criar algum mecanismo para a aquisição de um aparelho de som para a escola também foi citado pelo grupo observador.


ROSEMBERG (2003): Racismo em Livros Didáticos Brasileiros e Seu Combate


Fichamento feita a partir da leitura em:
ROSEMBERG, Fúlvia; BAZILLI, Chirley; SILVA, Paulo Vinicius Baptista da. Racismo em Livros Didáticos Brasileiros e Seu Combate: Uma Revisão da Literatura. Educação e Pesquisa, São Paulo, v.29, n.1, p. 125-146, jan./jun. 2003


Os autores analisam a abordagem sobre racismo nos livros didáticos em três perspectivas diferentes, a primeira apresenta um panorama brasileiro que relaciona racismo e educação, a segunda se volta para como ou se o racismo é apresentado em livros didáticos e a terceira aponta para as ações de combate ao racismo com a iniciativa de movimentos sociais até o arcabouço legislativo que ampare ações de combate a esse tipo preconceito em livros didáticos.

A expressão “discurso racista” é utilizada no sentido de não responsabilizar diretamente autores, governantes, e demais atores sobre a manutenção do racismo, evidenciando o racismo na sua perspectiva estrutural e simbólica enraizada na sociedade brasileira e forjada desde a colonização europeia, a exploração e escravidão em seu contexto.

Os autores elencam algumas pesquisas encontradas avaliando o tempo ou se condensando a ações que são impulsionadas primordialmente a partir da década de 50, mas que se matem insuficiente frente à quantidade de pesquisas relacionadas a livro didático no Brasil ao longo dos anos.

Os autores finalizam apresentando o suporte social, político e legislativo para combate ao racismo na educação e em livros didáticos, mas que acabam por reforçar que ainda já um longo caminho pela frente.

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Olhares Sobre a Cidade - História do Centro Educacional de Coaraci



O trabalho reúne memórias individuais que ajudam a construir uma memória coletiva acerca da história do CEC e sua contribuição social e cultural para a comunidade no seu entorno, como para o município de Coaraci-BA.

A execução do trabalho geral se deu com um conjunto de ações propostas em grupo que se estruturam justamente a partir de algumas metodologias em humanidades como, observação e pesquisa etnográfica; pesquisa qualitativa e quantitativa, fotografia, entrevista, história oral e história de vida. A reunião dos produtos dessas metodologias valorizando o olhar de diversos atores sobre a história local, mobilizando a comunidade escolar no planejamento e realização das atividades culminam na produção de um banner, produto final desse trabalho, cujo título foi “História do Centro Educacional de Coaraci: Outros Olhares.”



A história do CEC se repercute na vida de muitos coaracienses, o que o torna um espaço vivo que participa da experiência histórica de diferentes grupos sociais. Para esta realidade a equipe criou uma rotina de visitas à escola e aos moradores locais para coleta de informações (relatos, entrevistas, fotografias antigas...) no período entre 08 e 23 de abril.

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Projeto Itinerante Insterdisciplinar de Sensibilização Ambiental nas Escolas


Pensar as questões da educação na modernidade inclui um agrupamento crítico de ações que compreendam e contribuam para a resolução de conflitos ambientais provocados pela ação humana. Nesta via de mão dupla, não há como se pensar as questões ambientais e a ação humana sem perceber a educação como instrumento primordial para a superação dos desafios que surgem a partir dessa relação.

A escola está para além do livro, dos cálculos, das interpretações textuais, dos conhecimentos geográficos ou históricos de uma localidade ou período. A escola atual tem compromissos maiores, práticos e de relevância social, está inserida na comunidade e nela precisa aplicar mudanças práticas. Assim sendo, o papel da escola está em formar pessoas capazes de organizar, mudar, impactar a sociedade.

Pensando nesta perspectiva este projeto contribui para que haja na sociedade pessoas capazes de desenvolver ideias sustentáveis e fomenta mudanças de comportamentos que beneficiem o meio ambiente, que reduzam a poluição, e que ajudem o ser humano a viver harmonicamente com o ambiente em que vivem.

Este projeto contempla discussões interdisciplinares sobre as questões ambientais a partir da realidade de alunos do ensino fundamental da rede municipal de educação de Coaraci-BA.


Para acessar o projeto CLIQUE AQUI

Pensando Interveção em Educação Ambiental



A ação de intervenção pensada foi um projeto itinerante que provocasse mudanças no comportamento de alunos, pais e professores sobre as questões ambientais. A proposta é um "Projeto Itinerante Interdisciplinar de Sensibilização Ambiental nas Escolas".

Sensibilização ambiental é instrumento primordial para mudanças nos comportamentos que afetam direta ou indiretamente o meio ambiente. Para Magalhães (2017), sensibilizar é procurar atingir uma predisposição da população para uma mudança de atitude. Mudar atitudes requer educação, apresentando os meios da mudança que conduzam à melhor atitude, ao comportamento adequado perante o ambiente.

Conscientizar é só tornar o outro consciente do problema; Mas sensibilizar é fazer com que o outro se sinta parte do problema e passe dessa forma a buscar uma solução.

A partir de dois temas geradores, o consumo de água e a importância da floresta amazônica e o saneamento básico e o descarte de resíduos, estrutura-se esta atividade que tem como objetivo as comunidades escolares acerca dos cuidados com o meio ambiente de maneira interdisciplinar. Deverá acontecer na semana do meio ambiente (1 a 5 de junho de 2019). A equipe percorrerá as escolas públicas municipais para realização do evento num trabalho conjunto com a gestão, professores e discentes.

O projeto está pensado para acontecer em três momentos.

O primeiro momento será de acolhida, com uma breve conversa guiada pela “Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável” da Unesco. Logo após serão apresentados os temas e oficinas, os grupos de alunos se organizarão por interesse.

O segundo momento acontecerá com uma oficina interdisciplinar com todos os professores presentes, salientando como as diversas disciplinas no currículo escolar podem contribuir juntas para a sensibilização cotidiana da comunidade escolar quanto às questões ambientais, propondo ações efetivas para essas intervenções. A esse tempo, também acontecerão oficinas com os alunos, onde serão trabalhados os temas: a) Economize água/energia; b) Plante/alimentação saudável; c) Reduza/reutilize/recicle; d) Preserve a Biodiversidade; e) (re)pensando saneamento.

Durante a execução do projeto, dados de pesquisas já realizadas, serão apresentados e os ouvintes após as discussões sobre os temas pressupostos terão que desenvolver algumas atividades que serão apresentadas como resultados das questões abordadas.

O terceiro momento contará com uma com a socialização das produções em todas as oficinas encerrando com a fala dos professores e da gestão sobre essa experiência.



Rios Voadores

A Amazônia é, não só o pulmão, mas coração do mundo. Por isso quero compartilhar um assunto interessante. Compartilho dois vídeos que falam sobre "Os Rios Voadores".







AVZARADEL: Ética e Educação Ambiental: Um Diálogo Necessário


Resumo a partir de:

AVZARADEL, Pedro Curvello Saavedra. Ética e Educação Ambiental: Um Diálogo Necessário. Revista de Direito da Cidade, vol.05, nº01. ISSN 2317-7721 p. 65-85

A obra contribui com a discussão sobre possíveis caminhos éticos e educacionais como objetos interdisciplinares à uma educação ambiental que dialogue com as diferentes realidades para a resolução de conflitos. O autor inicia a discussão ratificando a necessidade de se pensar novas práticas humanas para a manutenção da vida na terra, propostas que devem ser pensadas considerando as questões sociais, ambientais e econômicas para promoção da sustentabilidade.

Repensar a ação humana na Terra a partir das experiências com a má utilização dos recursos naturais surge como importante pauta justamente por conta dos desequilíbrios ambientais pelos quais somos todos afetados enquanto habitantes deste planeta.

Numa perspectiva transversal de se pensar ações que conversem questões globais e locais simultaneamente, destaca-se a Política Nacionao de Meio Ambiente – PNBA, na década de 80, redesenhando as ações do Estado para que se controle a ação humana no meio ambiente a partir de um processo educação que deve estar presente em todos os níveis de ensino.

A PNMA visa, portanto, desde sua primeira redação dentre outros objetivos, "[...] à divulgação de dados e informações ambientais e à formação de uma consciência pública sobre a necessidade de preservação da qualidade ambiental e do equilíbrio ecológico". Essa política configura um marco na formação de um arcabouço teórico que regula enquanto promove atividades ligadas à relação entre o homem e o meio ambiente. Além disso, ainda na década de 80, temos a promulgação da Constituição Federal (CF/1988), estabelecendo os alicerces para a manutenção de um pensamento coletivo que possibilite a garantia de efetivação dos direitos da natureza.

Vale ressaltar que o conceito legal de educação ambiental trazido no artigo primeiro, entendida como "os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente [...]"

A “Constituição de 88” não apenas estabeleceu o dever de educar, mas também o vinculou à finalidade de preservar. A Lei 9.795/1999 determina que a educação ambiental seja incorporada em processos formais e informais de educação. De acordo com o artigo 13, "entendem-se por educação ambiental não-formal as ações e práticas educativas voltadas à sensibilização da coletividade sobre as questões ambientais e à sua organização e participação na defesa da qualidade do meio ambiente"
Ao analisar a trajetória da educação ambiental no Brasil, Carlos Frederico B. Loureiro conclui que
[...], "apesar da mobilização dos educadores ambientais e da aprovação da lei que define sua política nacional, a Educação ambiental ainda não se consolidou em termos de política pública de caráter democrático, universal e includente, o que, inclusive, justifica os encaminhamentos em âmbito federal"


O fato de não termos ainda uma educação ambiental consolidada enquanto processo educativo nos impõe não apenas a necessidade de pensar em formas de efetivá-la, mas também de pensar como, a partir de que pressupostos éticos, ela deve ser conduzida.

O autor, ao citar Ana Alice de Carli, registra que "[...] a educação ética ambiental é conditio sine qua non para o estabelecimento de parâmetros de sustentabilidade tanto para os produtores quanto para os consumidores, pari passu o desenvolvimento da pesquisa por novas tecnologias". A dialética existente entre ética e educação ambiental parece nos conduzir a um paradoxo. Por um lado, consideramos imprescindível a educação ambiental para a construção de uma nova ética, capaz de reaproximar os seres humanos com os demais seres vivos, com a natureza. Além de reconhecer expressamente a conexão entre ética e educação, a Lei em cotejo traz como diretrizes o reconhecimento dos aspectos culturais, sociais e econômicos na configuração do ambiente.

O Conselho Nacional de Educação (CNE), por meio da Resolução n. 2/2012, estabeleceu em seu artigo 16 que os conhecimentos relativos à educação ambiental podem ser inseridos nos níveis básico e superior de três formas:  transversalmente;  "como conteúdo dos componentes já constantes do currículo" ; combinando as duas anteriores.

Ao que tudo indica, o fato de a educação ambiental não poder ser uma disciplina, ao mesmo tempo em que rompe com a lógica predominante, esbarra na prática pedagógica cartesiana.

A ética, portanto, é instrumento capaz de reforçar desdobramentos sociais para o asseguramento das legislações ambientais, mesmo diante dos conflitos de aplicação e validação de muitas leis que se esbarram num comportamento devastador, enraizado na sociedade brasileira.

Educação ambiental e ética, estabelecem uma relação de sensibilização coletiva com as questões ambientais e mais do que isso, um protagonismo para que se pense e se reverta ações que afetam o meio ambiente.

O bem viver, pensado para o futuro, deve também fazer parte do fazer cotidiano no presente. Considerando os processos históricos, culturais e sociais para a prática de uma educação ambiental bem alicerçada, transversal, que favoreça a consolidação de uma nova forma de pensar as ações humanas.

Educação Ambiental e Sustentabilidade


Componente Curricular: Educação Ambiental e Sustentabilidade
Docente: Danusa Oliveira Campos (Lattes)

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Ementa: Diversas concepções teóricas e metodológicas de Educação Ambiental. Pressupostos éticos da Educação Ambiental. Marcos Legais da Educação Ambiental no Brasil e no Estado da Bahia. Educação Ambiental e Sustentabilidade. Desafios para construção e implementação de processos de Educação Ambiental crítica na escola. Elaboração de Projeto ou Plano de Ação (intervenção sócio-educativa) de Educação Ambiental crítica na escola.


Objetivos:

Bibliografia Básica:

BRASIL. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Ambiental - Resolução No 2, de 15 de junho de 2012. Brasília: Ministério da Educação (MEC), 2012.

CARVALHO, Isabel C. M. Educação Ambiental e a formação do sujeito ecológico. São Paulo: Cortez, 2012.

LIMA, Gustavo. Educação e Sustentabilidade: possibilidades e falácias de um discurso. In: II Encontro da Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Ambiente e Sociedade (ANPPAS). Indaiatuba,SP, 2002.

SAUVÉ, L.; ORELLANA, I. A formação continuada de professores em educação ambiental: a proposta. In: EDAMZ. In: SANTOS, J. E. e SATO, M. (orgs). A contribuição da educação ambiental para a esperança de Pandora. São Carlos: RiMA, 2001.
 

TRABJER, Rachel e MENDONÇA, Patrícia Ramos. O que fazem as escolas que dizem que fazem educação ambiental? Brasília: MEC/UNESCO, 2006