sábado, 7 de julho de 2018

Pensamentos Sobre Bases da Educação: UNESCO


FICHAMENTO DE CITAÇÃO

GADOTTI, Moacir. História das ideias pedagógicas. 6.ed. São Paulo: Ática, 1998.
Cap. 16: Perspectivas Atuais - 1ª Parte: Tentativa Eclética


1 – UNESCO: A Cidade Educativa
Em 1970 a UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura ) criou a Comissão Internacional para o Desenvolvimento da Educação para estudar os problemas educacionais dos países e apresentar estratégias de superação. A Comissão defendeu o Princípio da Educação Permanente (...) recomendado a todos os países (daí seu ecletismo). (p. 278)

21 Princípios da Educação Permanente (p. 278-280):
1) Educação Permanente: A educação permanente deve ser pedra angular da política educacional nos próximos anos (...) para que todo indivíduo tenha oportunidade de aprender durante a sua vida.
2) Educação Permanente e global: A educação deve ser prolongada durante toda a vida. Deve haver reestruturação global do ensino. Deve adquirir dimensões de um movimento popular.
3) Multiplos Meios: A educação deve ser repartida por uma multiplicidade de meios...
4) (In)formalidade e Progressão: Abolir barreiras entre diferentes ciclos/graus de ensino, assim como da educação formal e não-formal.
5) Educação pré-escolar: Deve figurar entre os principais objetivos da estratégia educacional dos anos vindouros.
6) Ensino Fundamental assegurado: a educação elementar deve ser assegurada a todos os indivíduos.
7) O Caráter teórico, tecnológico, prático e manual: o conceito de ensino deve ser ampliado de forma a englobar os conhecimentos socioeconômicos, técnicos e práticos.
8) Jovens Adaptados às diferentes tarefas, não num determinado oficio (...) mas tendo um aperfeiçoamento contínuo.
9) Formação Técnica entre as escolas, empresas e educação extra-escolar.
10) Educação Superior diversificada (em estrutura, conteúdos e alunos).
11) Atividades profissionais pelos conhecimentos, capacidade e aptidões de cada indivíduo.
12) Educação de Adultos como caráter primordial da estratégia educacional.
13) Alfabetização articulada com a realidade socioeconômica do país.
14) Autonomia: a ética da educação deve fazer do indivíduo um mestre, agente do seu próprios desenvolvimento cultural.
15) Planejamento e Tecnologias.
16) Formação Docente e novas funções
17) Função do Educador: dignidade e redução da hierarquia entre categorias docentes.
18) Formação Docente Modificada.
19) Auxiliares, Profissionais e Alunos no prodesso de educar (ecologia dos saberes?)
20) Ensino adaptado ao educando
21) Protagonismo: educandos exercem responsabilidades como sujeitos da própria educação e da instituição.


2 – FURTER: A Educação do Nosso TempoPierre Furter (1931) Suíça. Lic. em filosofia e em educação, Esp. em literatura, Dr em Filosofia da Educação.
Introduziu o conceito de Educação Permanente e Andragogia (Pedagogia da Educação de Adultos)
Obras: Educação e Reflexão; Educação e Vida; Dialética da Esperança. (p. 280)

Não é mais possível, pois, dividir a vida humana em duas partes distintas: o tempo de aprendizagem (da infância até a adolescência) e o tempo da maturidade, onde se goza do aprendizado. (p. 281)

A Ideologia da Imortalidade
Esta definição da criança como “homem imaturo” equivale rigorosamente à definição, também negativa, do adulto analfabeto, com alguém a que falta algo que a educação lhe pode dar. (p. 281)
O que nos parece mais grave nesta perspectiva é que, entre o aluno e o professor, se estabelece aprioristicamente um desnível radical. (p. 282)

A Ideologia da Prematuridade
O homem não nasce incompleto (i-maturo), mas, antes, prematuramente. Isto é, ele é completo (por isso o bebê pode viver), mas inacabado. (p. 282)
Sem educação, sem o cuidado dos pais e da sociedade, o homem não tem condições de aperfeiçoar sua evolução, nem chegar a ser homem.; permanece apenas um ser vivo. (p. 282)
A função da educação neste caso é a de permitir que este processo [de maturação natural e histórica) possa realizar-se nas melhores condições. O próprio educador não é mais um possuidor de uma bagagem a ser vendida, sob certas condições ou transmitida, mas um companheiro que está também num processo de maturação. (p. 283)
Se o homem é um ser fundamentalmente prematura, então a educação terá, como função principal, o permitir ao homem o fazer-se a partir da situação concreta e global na qual está colocado. (p. 283)


3 – SCHWARTZ: A Educação Permanente

Bertrand Schwartz (1919) Paris. Conselheiro da Educação Permanente (1970).
Obra: A Educação Amanhã.

“Defende a educação pré-escolar como um instrumento de igualdade de chances, para ele, a educação deve formar para a autonomia intelectual e para o pluralismo.”
“A educação escolar ensinará o jovem a se formar pelos meios exteriores à escola e o levará por si mesmo a uma assunção de autonomia. O ensino não será mais monopólio único e os estudos não se farão mais em um espaço particularizado, a escola.” (p. 285)

Uma Nova Pedagogia
O aparelho educativo deve, pois, dar igualmente ao indivíduo as chances do saber, do saber-fazer o do saber-ser. (p. 285)
Por onde começar? Algumas pistas
Inspirar-se em um modelo de educação permanente (...) Ser suscetíveis de repercussão em consideráveis partes do sistema estabelecido. (p. 286)
Para ter esse efeito de envolvimento, essas experiencias deverão: Ter alcance suficientemente amplo; prestar-se à análise científica e ao controle; Prestar-se à generalização. (p. 286, 287)
Como prosseguir? Como contaminar? Como ampliar? Como diversificar? (p. 287)
Se, ao mesmo tempo, se tiver sabido tornar a inovação “contaminante” a respeito do conjunto do aparelho e se o meio, preparado para esse efeito, fizer eco à proposição e a repercutir assumindo-a, podemos dizer que os freios inerentes à instituição e aos homens são serão determinantes. Ter-se-á dado uma oportunidade à mudança. (p. 288)

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