quinta-feira, 19 de julho de 2018

Descartes: Das Coisas que se Podem Colocar em Dúvida (Fichamento e Observações)


Fichamento de Citação e Observações organizados a partir dos parágrafos sobre a Primeira Meditação: "Das Coisas que se Podem Colocar em Dúvida" de René Descartes em "Meditações Metafísicas" (Livro na Biblioteca)


P1 – “Desde meus primeiros anos, recebera muitas falsas opiniões como verdadeiras. Mas, aguardei atingir uma idade madura na qual eu estivesse mais apto para executá-la.”

O Autor fala dos ensinamentos e influencias que recebeu durante a vida, os quais embora lhe trouxessem dúvidas era mantidos como verdadeiros mesmo que realmente não o fossem. Assim, Descartes esperar chegar a uma idade madura o suficiente para colocar a prova todas as opiniões e crenças.

P2 – “Ora, não será necessário, para alcançar esse desígnio, provar que todas elas são falsas”

Aqui ele reconhece que em tudo será encarado como falto, apenas os princípios que lhes trazem dúvidas. Também não julga necessário analisar cada uma em particular, basta, a começar pela base, se dedicar aos princípios onde suas antigas opiniões estavam apoiadas.

P3 – “Os sentidos eram enganosos”

Tudo o que aprender foi do/pelos sentidos, mas que estes são enganosos e que é prudente não confiar inteiramente neles.

P4 – Encontramos (ou compreendemos) muitas coisas pelos sentidos, das quais não podemos duvidar.

P5 – Não há quaisquer indícios concludentes por onde se possa distinguir nitidamente a vigília do sono

Uma reflexão da dúvida sobre os sentidos. O exemplo dado são os sonhos, que trazem coisas tanto dubitáveis quanto indubitáveis, assim da mesma forma ao se estar de olhos abertos acontece. A vigília e o sono não são assim nitidamente tão distintos.

P6 – As coisas que nos são representadas durante o sono não podem ser formadas senão à semelhança de algo real e verdadeiro

Colocando à prova vigília e sono e tudo o que confessamos como real indubitavelmente através dos sentidos, sabe-se que os sonhos são representações daquilo que vemos no mundo real. Tudo o que criamos e representamos tem suas raízes naquilo que indubitavelmente temos como real.

P7 – Há coisas ainda mais simples e mais universais, que são verdadeiras e existentes.

P8 – Pois, quer que esteja acordado, quer esteja dormindo, dois mais três formarão sempre o número cinco.


Trata-se aqui das diferenças entre ciências que são exatas e ciências que não são, como as da natureza por exemplo. Visto de a primeira trata das certezas que se extrai das coisas, e a segunda trata da (não)existência delas.

P9 – Todavia, há muito que tenho no meu espírito certa opinião de que há um Deus que tudo pode e por quem fui criado e produzido tal como sou.

Aqui o autor põe a prova as coisas que consideramos como certas ou não. Mas concorda que existem certas coisas existem e acontecem indubitavelmente. O autor inicia a discussão a partir da sua crença na existência de Deus.

P10 – de todas as opiniões que recebi outrora em minha crença como verdadeiras, não há nenhuma da qual não possa duvidar atualmente

P11 – Pois estou seguro de que, apesar disso, não pode haver perigo nem erro nesta via e de que não poderia hoje aceder demasiado à minha desconfiança, posto que não se trata no momento de agir, mas somente de meditar e de conhecer.

P12 – Eis por que cuidarei zelosamente de não receber em minha crença nenhuma falsidade, e prepararei tão bem meu espírito a todos os ardis desse grande enganador que, por poderoso e ardiloso que seja, nunca poderá impor-me algo.

P13 – Assim eu reincido insensivelmente por mim mesmo em minhas antigas opiniões e evito despertar dessa sonolência.


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