sábado, 29 de setembro de 2018

BACON: Novum Organum - Resenha


BACON, Francis. Novum Organum. Biblioteca do Exilado, Fonte Digital: www.odialetico.hpg.com.br [parágrafos XXXVIII a XLIX]


Francis Bacon sugere um Novum Organum (nova organização) para tecer novas discussões iniciadas pelo argumento aristotélico em Organon (conjunto de obras sobre lógica de Aristóteles).

No Parágrafo XXXVIII de Novum Organum, Bacon fala sobre quatro ídolos que segundo ele impedem a ciência de avançar. Alerta que é preciso se livrar das ideias pré-concebidas para avançar em novas ciências. Os Ídolos da Tribo diz que os sentidos do homem são a medida das coisas.

Os Ídolos da Caverna faz alusão à Alegoria da Caverna de Platão, e a educação bem como a vida social traz "ídolos" que impedem o avanço da ciência. O comércio e o consórcio entre homens graças ao discurso configura os Ídolos do Foro, onde todos se demonstram capaz de argumentar sobre algo.

Os Ídolos do Teatro remetem ao método dedutivo de análise, Bacon discorda ao defender que o método indutivo é o que deve conduzir a Ciência Moderna. Para ele estes ídolos eram responsáveis pelo não progresso da ciência e pela forma como o homem era educado, reproduzindo-se uma tipologia de homem, distanciado do mundo real.

Por isso propõe o caminho correto para se encontrar a verdade contida no livro da natureza materializado no método indutivo – que consistia na observação e experiências com fenômenos particulares para se chegar a conhecimentos e causas mais gerais.

Bacon é considerado o precursor da ciência moderna. Embora sua visão aponte para o reducionismo científico por meio da indução, sua contribuição certamente abriu possibilidades para a eclosão do século do método.

Ao pensarmos numa ciência experimental que em si apresentasse caminhos metodológicos precisos, devemos nos reportar ao empenho de Bacon que, para além de seu tempo projetaria tal perspectiva numa leitura distinta do tempo cronológico em que vivia.

Nisto reside o papel do pesquisador, conhecer e indagar-se do mundo, de suas manifestações, de suas cosmovisões, mesmo que de forma fragmentada, porém numa lógica dinâmica na construção do conhecimento.



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