domingo, 30 de setembro de 2018

Políticas Públicas e Gestão Escolar - Alguns Conceitos

Conceitos levantados a partir da leitura em:

HÖFLING, Eloisa de Mattos. Estado e Políticas (Públicas) Sociais. Cadernos Cedes, ano XXI, nº 55, novembro/2001.


Estado
“E possível se considerar Estado como o conjunto de instituições permanentes – como órgãos legislativos, tribunais, exército e outras que não formam um bloco monolítico necessariamente – que possibilitam a ação do governo.” (p. 31)

Governo

“Conjunto de programas e projetos que parte da sociedade (políticos, técnicos, organismos da sociedade civil e outros) propõe para a sociedade como um todo, configurando-se a orientação política de um determinado governo que assume e desempenha as funções de Estado por um determinado período.” (p. 31)

Políticas Públicas
“Políticas públicas são aqui entendidas como o “Estado em ação” (Gobert, Muller, 1987); é o Estado implantando um projeto de governo, através de programas, de ações voltadas para setores específicos da sociedade.” (p. 31)

“As políticas públicas são aqui compreendidas como as de responsabilidade do Estado – quanto à implementação e manutenção a partir de um processo de tomada de decisões que envolve órgãos públicos e diferentes organismos e agentes da sociedade relacionados à política implementada.” (p. 31)

Políticas Sociais

“E políticas sociais se referem a ações que determinam o padrão de proteção social implementado pelo Estado, voltadas, em princípio, para a redistribuição dos benefícios sociais visando a diminuição das desigualdades estruturais produzidas pelo desenvolvimento socioeconômico. As políticas sociais têm suas raízes nos movimentos populares do século XIX, voltadas aos conflitos surgidos entre capital e trabalho, no desenvolvimento das primeiras revoluções industriais.” (p. 31)

Estado em ação

Ver Políticas Públicas

Educação

“Entendo educação como uma política pública social, uma política pública de corte social, de responsabilidade do Estado – mas não pensada somente por seus organismos.” (p. 31)




Modernidade Líquida em Imagens


























sábado, 29 de setembro de 2018

Bauman: Modernidade Líquida e Trabalho - Fichamento

Quero compartilhar o fichamento analítico feito a partir da leitura em

BAUMAN, Zygmunt. Cap. 04 - Trabalho em: Modernidade Líquida [1925]. Trad. Plínio Dentzien. Jorge Zahar Ed. Rio de Janeiro, 2001.

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Morin: Ensinar a Condição Humana - Fichamento

Quero compartilhar um fichamento analítico feito a partir da leitura em:

MORIN, Edgar. Cap. 03 – Ensinar a Condição Humana, em: Sede Saberes Necessários à Educação [1921]. Trad. Catarina Eleonora F. da Silva e Jeane Sawaya. 2ª ed. Brasília: Unesco, 2000.

Para acessar o fichamento CLIQUE AQUI





Paradigmas da Humanidade na Educação


Este texto é produzido a partir do esforço de enxergar a influência dos paradigmas estudados durante o Componente Curricular “Complexidade e Humanidades” no contexto escolar atual. As heranças e os desdobramentos do Darwinismo Social, Positivismo, Marxismo, Modernidade Líquida e a Teoria da Complexidade fomentam a discussão sobre o percurso histórico e o panorama atual da escola no século XXI.

A escola não é uma instituição isolada, e como instituição social agrega no seu cotidiano as crenças, os valores, as “verdades”, ideologias, que permeiam e constroem a sociedade que a cerca. Logo, paradigmas adotados ao longo do tempo no desenvolvimento das sociedades humanas se refletem nas mais diversas instituições sociais, portanto a escola não está isenta deste processo.

A relação da educação, como a conhecemos atualmente, com o paradigma do Darwinismo Social estabelecido a partir do pensamento do filósofo inglês Herbert Spencer entre os séculos XIX e XX, está na sua capacidade de reproduzir a segregação não só racial ou social, mas das capacidades ditas como adequadas para o progresso ou a falta dele na vida escolar. A ideia mantida é sempre a de segregação, quando se determina que os intelectualmente capazes precisam, antes disso, serem socialmente capazes. Para uma reflexão mais prática basta se perguntar como estão distribuídos os pobres, os negros e os marginalizados, no nosso sistema de ensino.

As relações entre classes, podem ser observadas com um maior cuidado a partir do paradigma do Marxismo. Para o marxismo, a escola como se estabelece, não é socialmente justa, e para que ela seja, torna-se necessário um levante das classes “oprimidas” contra as classes ditas “opressoras”. A luta de classes, no Marxismo, explica muito da vida em sociedade.

O marxismo se opõe ao caráter nocivo do sistema capitalista, toda a sua teia ideológica e desumanizada que constitui em uma seara de opressão e alienação do homem com o homem, permite que se trabalhados em sala de aula de maneira a ampliar o olhar do educando e pavimentar a construção de uma sociedade crítica e reflexiva que poderá quem sabe transformar o futuro.

Partindo do princípio do positivismo de Augusto Comte, onde a ciência é apresentada como fator primordial para o sucesso colocando o conhecimento científico no pedestal contrapondo as humanidades, visualizamos diversos aspectos desse pensamento positivista, que podem ser nocivos ao contexto escolar.

A principal herança do positivismo no sistema educacional é a forte doutrinação, que inibe e retira os sujeitos do processo efetivo de construção do conhecimento que exige autonomia e protagonismo.

Outro paradigma estudando foi o da Liquidez, abordado por Zygmunt Bauman e que está diretamente atrelado à vida em sociedade na era da modernidade. Bauman, desconstrói o paradigma da pós-modernidade e o substitui pelo paradigma da Modernidade Líquida. Para Bauman, a pós-modernidade não dá conta de explicar a vida humana como ela é, no meio do caos que a atualidade nos traz.

A Modernidade Líquida fala do nosso cotidiano e que como nós nos comportamos nele. A Modernidade Líquida adentra os pátios de nossas escolas, as salas de aula, as relações interpessoais, os modelos de gestão... ela leciona sobre o incerto, o veloz e o efêmero. Assim nenhum valor estabelecido permanece sólido e as relações são passageiras e suas ligamentos/desligamentos são abruptos. Sofre-se pela felicidade que não se tem, pelo medo, pelo que não mais permanece. Todos agora condicionam-se à cultura do curto-prazo, nos resultados imediatos, da velocidade dos processos, e a escola encontra-se também nesse caminho.

Edgar Morin, completa essa discussão ao apresentar a complexidade da vida e da condição humana. Somos seres complexos, sábios e ao mesmo tempo dementes, e nos situamos sobre este paradoxo. O caos apresentado por Bauman na Modernidade Líquida e por Morin na complexidade humana, está longe de ser compreendido no modelo que educação que temos. Neste sentido, Morin defende que a escola precisa mudar a partir de “Sete Saberes Necessários”, compreender a condição humana no mundo de complexidades nos garante os recursos necessários para a resolução de problemas

Morin, conclui dizendo que a as respostas encontram-se na educação, só formando cidadãos capazes de fazer a devida leitura do mundo, do outro e de si, compreendendo a relação entre o local e o universal, é capaz de viver harmoniosamente consigo, com o outro e com o mundo onde habita.

Viver no mundo, sem buscar compreendê-lo, sem ter consciência do seu papel na sociedade, sem a convicção da consequência de suas ações, sem provocar a mudança, sem analisar criticamente a informação dada, sem se reconhecer em constante evolução e desenvolvimento, não é possível.





Bauman e Morin: Liquidez e Complexidade no Contexto Escolar


Este texto reflete sobre a relação entre a contribuição de Zygmunt Bauman e Edgar Morin ao contexto escolar atual. A Bauman pertence a contribuição sobre liquidez no mundo moderno a partir da obra “Modernidade Líquida” e a Morin a contribuição sobre a complexidade da condição humana a partir da obra “Sete Saberes Necessários à Educação”.

Zygmunt Bauman, explica as novas e atuais adaptações humanas à vida em sociedade, num espaço e tempo onde tudo é veloz, efêmero e incerto. Bauman se apropria da Era da Modernidade para estabelecer o paradigma de que todos os valores e construções sólidas estabelecidas ao longo tempo, se derretem para atender a uma vida mais prática, sem planejamentos de longo prazo e com muitas incertezas que se desdobram ao longo das relações humanas. A segurança, as crenças, o amor, as relações de consumo, o trabalho, o tempo obedecem à lógica da incerteza.

Bauman revela o caos da vida humana, como não conseguimos mais adotar valores sólidos ao longo do tempo e como literalmente os derretemos para nos adaptar à velocidade e a incerteza do mundo moderno. Edgar Morin, embora numa teoria diferente, adota a mesma linha do pensando, de que o caos está posto, acontece, estamos dentro dele e que nos movimentamos cegos e inconscientes dos prejuízos causados. Seu alerta é dado com o intuído de nos voltarmos criticamente para este caos para construir uma vida humana cuja relação com o outro, com o mundo e com o universo seja mais sadia. Este caminho é desenhado pela educação.

É possível aprender com Bauman e Morin que o contexto educacional atual exige uma reflexão tanto individual quanto coletiva a partir daquilo que recebemos historicamente e construímos socialmente. O conhecimento na escola atual é repartido entre disciplinas que não conversam entre si, o “conteudísmo” não garante a formação crítica dos estudantes e não torna possível compreender a complexidade do mundo onde vivemos.

Muito mais do que estabelecer verdades absolutas com o discurso sobre o que é certo e o que é errado, a educação deve ser desenhada na intenção de fazer o individuo encontrar diálogo entre os conhecimentos, compreender a complexidade da condição humana e estabelecer meios para viver de maneira mais sadia no mundo líquido.

As heranças hegemônicas que de desdobram na educação atual precisam ser compreendidas, para entendimento de que ao tempo em que progredimos, também regredimos e nesse paradoxo também estão centradas as relações de ensino e aprendizagem. Compreender essa dinâmica nos dá ferramentas para a construção de uma sociedade mais ética e a escola é a chave para a efetividade desse processo.

Embora sejam paradigmas distintos os de Bauman e Morin, ambos conversam entre si ao refletirem questões cotidianas e patentes a partir da forma como o homem se relaciona com o outro e com o mundo. Apenas formando cidadão críticos, reflexivos, conscientes de sua atuação no mundo é que poderemos obter respostas efetivas sobre o que fazer diante do caos.

Bauman: Modernidade Líquida, Cap 05 Comunidades - Fichamento

Quero compartilhar o fichamento feito a partir da leitura em:

BAUMAN, Zygmunt. Modernidade Líquida. Cap 05: Comunidades. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001.

Para acessar o fichamento CLIQUE AQUI




Mapa Conceitual: Darwinismo Social

Quero apresentar um mapa conceitual desenvolvido durante as aulas do componente curricular Complexidade e Humanidades sobre Darwinismo Social.

O mapa traz origem, definição, contexto, desdobramentos, questões atuais e a relação entre Darwinismo Social e Educação.

Para acessar o mapa conceitual CLIQUE AQUI

Mapa Conceitual - Bauman


DESCARTES: Meditações Metafísicas - Resenha


DESCARTES, René. Meditações Metafísicas. Disponível em https://drive.google.com/file/d/15_qlCy47RINRZTbhYyPuzmXFkxoqHLM3/view [p. 08 – 24]


Nas duas primeiras meditações, Descartes fala sobre as coisas que se podem colocar em dúvida e trata também na natureza do espírito humano. Nestes dois momentos o autor expõe diversas analogias e questionamentos, as analogias no sentido de explicar de forma mais adaptada aquilo que pretender expor e os questionamentos como um processo de construção do pensamento crítico, desprendido de “verdades” pragmáticas, dogmáticas e ditas absolutas.

O Autor inicia falando dos ensinamentos e influencias que recebeu durante a vida, os quais embora lhe trouxessem dúvidas era mantidos como verdadeiros mesmo que realmente não o fossem. Assim, Descartes esperar chegar a uma idade madura o suficiente para colocar a prova todas as opiniões e crenças.

Logo depois reconhece que em tudo será encarado como fato, apenas os princípios que lhes trazem dúvidas. Também não julga necessário analisar cada uma em particular, basta, a começar pela base, se dedicar aos princípios onde suas antigas opiniões estavam apoiadas.

A partir isso aborda que tudo o que se aprende se dá do/pelos sentidos, mas que estes são enganosos e que é prudente não confiar inteiramente neles. Uma reflexão surge com a dúvida sobre os sentidos. O exemplo dado são os sonhos, que trazem coisas tanto dubitáveis quanto indubitáveis, assim da mesma forma ao se estar de olhos abertos acontece.

A vigília e o sono não são assim nitidamente tão distintos. Colocando à prova vigília e sono e tudo o que confessamos como real indubitavelmente através dos sentidos, sabe-se que os sonhos são representações daquilo que vemos no mundo real.

Tudo o que criamos e representamos tem suas raízes naquilo que indubitavelmente temos como real. Descartes trata então das diferenças entre ciências que são exatas e ciências que não são, como as da natureza por exemplo.

Visto de a primeira trata das certezas que se extrai das coisas, e a segunda trata da (não)existência delas. Com isso o autor põe a prova as coisas que consideramos como certas ou não. Mas concorda que existem certas coisas existem e acontecem indubitavelmente.

No processo de reflexão ele admite que todas as opiniões que recebeu durante sua vida, não existe uma da qual não possa dúvida. Todos os conhecimentos passados podem (e devem) ser postos à prova.

Nisto concentra-se o zelo que não receber como verdade nenhuma falsidade, preparando-se o espírito criticamente para averiguar as verdades recebidas de outrem. Logo, duvidar de tudo é um processo tão custoso que selecionando criticamente certos debates à medida em que esses ganham significado, torna-se mais prático, contudo, com grande risco de mante-se na sonolência sem despertar dela.

Na segunda meditação, Descartes continuará a dúvida até achar algo de certo ou ver que não há nada de certo no mundo. Supõe como falsas todas as coisas que vê: poderiam ser elas ficções do espírito. Assim, ele diz que tem direito a ter esperança de encontrar algo de certo e indubitável para poder fundamentar um novo paradigma de mundo.

Ele se pergunta se a pós a dúvida descobrirá que de verdade só há que “nada é certo”. Concentrando-se na existência do eu, ele questiona a sua natureza, dizendo que examinará apenas o que é dado, para que não se equivoque no conhecimento das coisas que afirma serem claras e evidentes. Nesse processo ele se direciona ao corpo humano corpo humano como máquina biológica e da alma como um ar tênue disseminado no corpo.

Descartes termina considerando duas ideias importante que conseguir firmar até o momento. A primeira diz que somente concebemos os corpos pelo entendimento, não pela imaginação ou pelos sentidos e a segunda diz que “conhecemo-los por concebê-los” pelo pensamento então pelo fato de apreendê-los pelos sentidos e pela imaginação.





BACON: Novum Organum - Resenha


BACON, Francis. Novum Organum. Biblioteca do Exilado, Fonte Digital: www.odialetico.hpg.com.br [parágrafos XXXVIII a XLIX]


Francis Bacon sugere um Novum Organum (nova organização) para tecer novas discussões iniciadas pelo argumento aristotélico em Organon (conjunto de obras sobre lógica de Aristóteles).

No Parágrafo XXXVIII de Novum Organum, Bacon fala sobre quatro ídolos que segundo ele impedem a ciência de avançar. Alerta que é preciso se livrar das ideias pré-concebidas para avançar em novas ciências. Os Ídolos da Tribo diz que os sentidos do homem são a medida das coisas.

Os Ídolos da Caverna faz alusão à Alegoria da Caverna de Platão, e a educação bem como a vida social traz "ídolos" que impedem o avanço da ciência. O comércio e o consórcio entre homens graças ao discurso configura os Ídolos do Foro, onde todos se demonstram capaz de argumentar sobre algo.

Os Ídolos do Teatro remetem ao método dedutivo de análise, Bacon discorda ao defender que o método indutivo é o que deve conduzir a Ciência Moderna. Para ele estes ídolos eram responsáveis pelo não progresso da ciência e pela forma como o homem era educado, reproduzindo-se uma tipologia de homem, distanciado do mundo real.

Por isso propõe o caminho correto para se encontrar a verdade contida no livro da natureza materializado no método indutivo – que consistia na observação e experiências com fenômenos particulares para se chegar a conhecimentos e causas mais gerais.

Bacon é considerado o precursor da ciência moderna. Embora sua visão aponte para o reducionismo científico por meio da indução, sua contribuição certamente abriu possibilidades para a eclosão do século do método.

Ao pensarmos numa ciência experimental que em si apresentasse caminhos metodológicos precisos, devemos nos reportar ao empenho de Bacon que, para além de seu tempo projetaria tal perspectiva numa leitura distinta do tempo cronológico em que vivia.

Nisto reside o papel do pesquisador, conhecer e indagar-se do mundo, de suas manifestações, de suas cosmovisões, mesmo que de forma fragmentada, porém numa lógica dinâmica na construção do conhecimento.



Mapa Conceitual: Aristóteles


Platão e Górgias - Resenha


Versão eletrônica do diálogo platônico “Górgias” - Tradução: Carlos Alberto Nunes Créditos da digitalização: Membros do grupo de discussão Acrópolis (Filosofia) Homepage do grupo: http://br.egroups.com/group/acropolis/


A aula do dia 21 de junho se iniciou a partir um vídeo sobre "Lógica e Artes" e a fronteira (ou interrelações) entre a ciência e a arte, que tratou justamente da lógica enquanto ciência que estuda a razão defendendo que não existe uma única razão e que, portanto, não existe uma única lógica.

No vídeo argumenta-se sobre a estética, a ética e lógica, e essa discussão dá base para compreensão do texto trabalhado que foi o diálogo entre Sócrates e Górgias.

Depois disso, começamos discussão do texto proposto pelo professor, um diálogo entre Sócrates e Górgias, entendo que estética, ética e lógica compreendem três pilares filosóficos com significam: o que é belo, o que é bom e o que é correto (o bem pensar), concomitantemente.

Platão, assim como no vídeo, nomeia pilares importantes da filosofia a lógica, a ética e a estética. Górgias nomeia a retórica como o maior bem, acima da lógica, da ética e da estética.

Górgias diz que a partir da retórica, se nomeia os outros bens (a lótica, a ética e a estética), contudo Sócrates afirma o pensamento de que a retórica dada por si, desconsidera os outros bens, principalmente a ética. Sendo necessário então considerar a relação entre a lógica, a ética e a estética, colocadas como ciências normativas.

Sobre retórica, o texto a clarifica como obreira da persuasão que promove a crença, não o conhecimento relativo ao justo e ao injusto. A retórica não dá conta de falar sobre bem e mal, ela não ajuda a descobri-los.

A grande questão discutira é: O que seria capaz de gerar o conhecimento? Após todo diálogo, chega-se a uma conclusão importantíssima para o desenvolvimento das ciências, a que de a dialética, arte do diálogo, da qual a retórica é apenas um instrumento, seria o único instrumento capaz de gerar a construção do conhecimento.

A dialética deve considerar a boa relação entre o que seja bela, o que seja bom e o que seja correto num espaço de discussão onde o convencimento se daria, não pela retórica apenas, mas pela conclusão conjunta e afirmações possíveis sobre fenômenos que fossem analisados




RUSSEL: O Valor da Filosofia - Resenha


RUSSEL, Bertrand. O Valor da Filosofia. Tradução: Jaimir Conte. Disponível em https://drive.google.com/file/d/1ObjbcORE6HxRQnNNFeeWQvmIqHFzJl3K/view


O primeiro texto lido e discutido no Componente Curricular Bases Filosóficas e Epistemológicas das Humanidades foi o de Russel sobre o Valor da Filosofia no dia 07 de junho. A aula teve a discussão concentrada na importância da Filosofia para o conhecimento humano.

O texto aborda que valor da Filosofia está mais para os questionamentos do que para as respostas, diferente das outras ciências. À medida em que um conhecimento específico é criado, ele é alocado em outras ciências e deixa de ser objeto da filosofia.

A filosofia neste caso, embora seja “mãe” das outras ciências perde valor quando perde seu objeto de estudo. Ora, seu objeto de estudo é o desconhecido ou o pouco explicável, que quando estruturado, sistematizado ou explicado, passa a nomear (ou fazer parte de) outras ciências.

Outra ideia debatida como central do texto é a de que para o desenvolvimento do conhecimento puro, torna-se necessário o distanciamento da história particular daquele que se propõe a analisar ou estudar algo.

Assim, a capacidade de compreender e problematizar fenômenos o corresponde à principal competência da Filosofia, e deve estar desvinculada das crenças habituais e dos valores e preconceitos tradicionais enraizados na história particular de todo ser humano.

Esta discussão reflete também o debate que ocorre “Na Alegoria da Caverna”, onde as sombras são apresentadas como a realidade daqueles que estão presos ao muro no interior da caverna, o que serve como uma crítica ao nosso processo educativo, cultural, de desenvolvimento intelectual, social... O nosso mundo é um conjunto de sombras.

Ao longo da formação humana tomamos agregamos” verdades concretas”. É justamente o questionamento a estas questões ditas particulares de que se vale a Filosofia.

SILVA: Avaliação do Ensino e da Aprendizagem numa Perspectiva Formativa Reguladora - Fichamento


Quero compartilhar o fichamento realizado a partir da leitura em:

SILVA, Janssen Felipe da. Avaliação do Ensino e da Aprendizagem numa Perspectiva Formativa Reguladora. [pag. 7-17] Em: SILVA, J. F.; HOFFMANN, J. e ESTEBAN, M. T. Práticas Avaliativas e Aprendizagens Significativas: Em Diferentes Áreas do Currículo. Porto Alegre: Mediação, 2003.

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LUCKESI: Planejamento e Avaliação na Escola - Fichamento


Quero compartilhar o fichamento feito a partir da leitura em:

LUCKESI, Cipriano Carlos. Planejamento e Avaliação na Escola: articulação e necessária determinação ideológica. [p. 115 – 125]


Para acessar o fichamento CLIQUE AQUI




Reflexões Sobre o Filme "O Estudante"


O filme "O Estudante" está disponível na plataforma Youtube, para acessar o link, CLIQUE AQUI


O contexto em que acontece a história.
O filme narra a história de um senhor de 70 anos chamado '' Chano '', casado, com filhos e uma neta, muito apaixonado por Dom Quixote ele o tem como exemplo de vida, tinha um desejo de ingressar na universidade e cursar literatura.

Com o apoio da família ele vai atrás do seu sonho, mas muitos desafios são encontrados pelo caminho: a idade avançada, o confronto entre a sua realidade e às dos jovens estudantes que a princípio estranham a sua presença no ambiente escolar e o excluem dos seus círculos.

A realidade retratada não é comum, o espaço educacional escolhido determina o perfil e o papel das pessoas que nele estão. Quem está no ensino superior provavelmente o vê como um caminho para a estabilidade financeira, uma carreira, um futuro promissor em alguma área, aplicando em média 05 anos de sua vida em alcançar objetivos futuros, de longo prazo. Logo, um idoso não se enquadra convencionalmente como aluno em uma Universidade.

É a partir desse contexto que o roteiro se estabelece, entre o sonho de estudar um curso superior e o preconceito e não aceitação vividos pelo idoso, seja na universidade, seja dentro de casa.


Perfis de docentes que aparecem no filme.
O perfil de professor apresentado no filme é um tipo que preza a memorização e disciplina dos seus alunos pois ele cobra dos mesmos responsabilidade e busca dos conteúdos, mas não consegue incentivá-los e nem provocar o desejo de aprender. O que importa para ele é cumprir com seus horários, além de assumir uma postura antiética ao se envolver e engravidar uma aluna.

Há também uma professora tradicionalista, incapaz de perceber as necessidades dos discentes. O protagonista do filme é quem assume uma postura de educador, quando desperta nos colegas de classe o interesse pelos conteúdos e pelo amor pela vida.

O professor não é o mediador que se aproxima do aluno e considera a sua realidade no processo de ensino-aprendizagem. Ele ganha distancia no processo que por sua responsabilidade é apenas de ensino, já a aprendizagem segue apenas por conta do aluno e verificada na “prova”.


Práticas pedagógicas evidenciadas no filme em que é necessário planejamento e revisão das ações didáticas.
Em alguns momentos a sala de aula é retratada e as práticas pedagógicas parecem receber fortes tendências liberais. Num dado momento a prova escrita sem aviso prévio é aplicada como forma de castigo a toda turma, por conta de um aluno que acabou cochilando durante a aula.

Organização das carteiras enfileiradas sendo o ideal é que elas estejam organizadas de modo que facilite a visualização e a socialização de atividades;
As aulas são na maioria das vezes expositivas mais deveriam ser participativas;
Uso do quadro branco e pincel para o mesmo;
Rigor com horários;
Pontos positivos a destacar;
A partir do momento que o ''Estudante'' se relaciona, intimamente com os colegas, o espaço da biblioteca e o teatro passam a ser utilizados.


Outros aspectos didaticamente relevante.

Dayrell (1992) afirma que são as relações sociais que verdadeiramente educam. Para além do drama vivido entre a sua idade e o sonho de estar numa universidade, o protagonista vivencia diversas experiências: festa com os colegas jovens da universidade, morte de sua esposa, atuação do teatro, os contrastes entre seu estilo de vida e de seus colegas, a gravidez de uma das colegas de universidade, dentre outras.

Todas essas vivencias permeiam discussões sobre conformações sociais e traçam um percurso para as relações interpessoais que com certeza nos faz aprender, favorecem o desenvolvimento humano em conjunto com o outro e com o mundo.

O “Estudante” vivencia intercessões entre diversos espaços como sua família, a universidade, comunidade em que está inserido que acompanham diversos tipos de relações. Logo, diversos espaços e as relações provenientes deles são experimentadas, com diferenças significativas entre elas.

Chano contribuiu com a formação acadêmica e humana, ao incentivar a leitura e mostrar a importância do conhecimento adquirido por todo uma vida é tão importante quanto o conteúdo institucionalizado.

No momento em que ele se encontra desmotivado pela morte da sua esposa,seus colegas retribuem todo o carinho e atenção dedicados a eles. O filme realmente é uma lição de vida.

Outras Fontes:

DAYRELL, Juarez T. A Educação do aluno trabalhador: uma abordagem alternativa, Educação em Revista. B.H.(15):21-29. Jun 1992.





Análise do Projeto "PPP 2016" do Colégio Municipal de Coaraci



O Político-Pedagógico analisado pertence ao Colégio Municipal de Coaraci, foi atualizado em 2016, desde então não foi revisto, rediscutido ou analisado. Portanto, esta tarefa além avaliar questões sobre planejamento e avaliação no âmbito escolar, irá subsidiar uma nova atualização do documento pela comunidade escola a qual ele se destina...

Acesse o documento completo CLICANDO AQUI


Reflexões sobre o filme "O Aluno"


O filme "O Aluno" está disponível na plataforma Youtube, para acessar o link, CLIQUE AQUI


Problemas centrais abordados no filme, no que tange a educação e formação humana.

O filme “O Aluno: Uma lição de vida” conta a história de Maruge, um idoso de mais de 80 anos, analfabeto, num espaço onde a educação permanente não era uma realidade. Após um decreto expedido “equivocadamente” pelo ministro do Quênia, país que enfrentava e enfrenta os traumas de uma recente “ex-colônia” se tornando independente muito recentemente (1963). O decreto assegurava “educação para todos” e Maruge agarra essa oportunidade.

Muitas dificuldades são vivenciadas por Maruge no processo de adaptação com essa nova rotina em educação, e aceitação por parte da comunidade, direção da escola, o próprio ministro do Quênia. A alfabetização de pessoas adultas era, e ainda é, algo distante da realidade em muitos lugares na África.

O filme traz alguns flashes do passado traumatizante da vida de Maruge, principalmente do período em que ele serve como combatente. No processo de alfabetização Maruge sofre bullying, violência mas recebe o apoio da professora e consegue superar o desafio de se alfabetizar.

A discussão sobre a necessidade de educação para todos e principalmente educação de jovens e adultos como realidade do filme, fica bastante latente. Além de valorizar a educação, o filme retrata uma história real de um homem e do seu país. Evidente que nunca é tarde de mais para projetar o futuro, mesmo com os traumas do passado.


A relação do filme com a temática da educação a partir das minhas experiências e leituras do CC Bases Epistemológicas da Educação.


Com certeza, durante os anos em que serve como combatente de um grupo revolucionário para a independência do seu país, Maruge jamais conseguiu um ato tão heroico como o de se alfabetizar, se tornando um ícone de superação e de justiça social reconhecido mundialmente.

O filme “O aluno” faz pensar diversos eixos sobre educação, a educação para todos e permanente; Protagonismo; Autonomia dos sujeitos; Formação docente; Papel Social da Escola e Justiça Social pela Educação, Diversidade de saberes; Alfabetização articulada com a realidade socioeconômica do país, etc.

Maruge já entrou na sala de aula como mestre e é preciso sempre ter “Consciência do inacabamento” como diz Freite. Assim o conhecimento é sempre válido e nunca é tarde demais para pensar educação. Nada abordado no filme fica muito distante da nossa realidade mesmo no novo panorama da educação no século XXI onde as novas práxis pedagógicas devem dar suporte à nova educação levando em consideração as novas conformações sociais, políticas e tecnológicas.

Pelo menos dois dos objetivos desse do Componente “Bases Epistemológicas da Educação” se destacam no filme “o aluno”, o de “Fomentar a busca pessoal por significação da educação” e “Reconhecer a escola como ponto de partida local para uma experiência que se pretende universal”

O filme evidencia a educação como instrumento emancipador e indispensável à formação crítica do sujeito. Na minha atuação no mundo como gente, ser crítico e de transformação não consigo ver melhor lugar de luta para a justiça social que não seja a sala de aula.


Teorias Globais - O que fala Moacir Gadotti sobre a Unesco


Em “UNESCO: A Cidade Educativa”, Gadotti faz uma forte reflexão sobre a Educação Permanente e a universalização dos padrões de educação a partir do seu panorama em 1970. Mesmo datando ações da “Comissão Internacional para o Desenvolvimento da Educação” na década de 70, o autor aborda perspectivas atuais válidas à educação do século XXI, como considerar uma transição menos conflituosa entre os diferentes ciclos de ensino, os múltiplos meios junto com as novas tecnologias pelos quais deve se dar a educação na busca pela autonomia e o protagonismo dos sujeitos.

A cidade educativa deve superar diversos problemas globais em educação encarados de formas diferentes em diferentes nações, garantido em sua base a oferta do ensino fundamental e oportunidades ao conhecimento socioeconômico, tecnológico e prático desenhando uma educação superior diversificada em conteúdo, estrutura e público.

Nesta chamada “tentativa eclética” o autor levanta algumas ideologias como as da Imortalidade e a da Prematuridade de Pierre Furter (1931). Na primeira Furter evidencia o caráter imaturo do homem analfabeto “como alguém a que falta algo que a educação lhe pode dar”. Contudo, a segunda ideologia enxerga o homem, não imaturo, mas prematuro. Ser completo, mas inacabado. Essa ideologia converge com o pensamento Freiriano do Inacabamento.

Gadotti finaliza sua reflexão sobre Educação Permanente a partir de Schwartz (1919) que considera outros espaços (informais, não institucionalizados) onde a educação pode e deve acontecer permanentemente redesenhado uma nova pedagogia que dê aos indivíduos “chantes de saber, saber-fazer e saber-ser igualmente.

Por onde começar e como prosseguir, ampliar, diversificar, são questionamentos que fecham o texto tendo como centro as experiencias que devem ser reforçadas no modelo de educação permanente.


Fonte:
GADOTTI, Moacir. Unesco. Em: GADOTTI, Moacir. História das ideias pedagógicas. 6.ed. São Paulo: Ática, 1998. pp.278-280.

Educação, Memória e Identidade - Primeiros Entendimentos

Meus primeiros entendimentos sobre:

Educação: Meu entendimento é que ela não se dá apenas num lugar institucionalizado, está atrelada à vida e ao cotidiano das pessoas. Acredito que não exista uma única forma ou modelo de educação, ela existe em cada sociedade, em cada cultura em diversos ambientes.
Educação se dá pelas interações entre as pessoas como forma de transmitir e perpetuar o conhecimento.

Memória: É o elo entre o presente e o passado. Ela traz elementos da nossa história que ganham significado a partir das nossas experiências no presente. É a partir da memória que compreendemos e constituímos nossa identidade.

Identidade: É o resultado da nossa história, crença, valores, que são elementos resgatados e reforçados pelas nossas memórias e consolidados a partir da nossa vivência na sociedade.


Interdisciplinaridades: Teorias e Práticas

Componente Curricular: Interdisciplinaridades: Teorias e Práticas
Docente: Regina Soares de Oliveira (Lattes)

Ementa: Introdução aos problemas e questões que compõem a interdisciplinaridade como possibilidade de construção e transmissão do conhecimento.  Bibliografia

Objetivos Gerais:

Objetivos Específicos:


Bibliografia Básica:

MORIN, Edgar (org.). A religação dos saberes. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1999.

POMBO, Olga. Interdisciplinaridade: ambições e limites. Lisboa: Relógio D´ Água, 2004.

SANTOS, Boaventura de Sousa. Um discurso sobre as ciências. Porto: Edições Afrontamento, 1995.

Temas Transversais e Contemporâneos

Componente Curricular: Laboratório Interdisciplinar e Intercultural: Ambientes e Cenários para Práticas Didáticas - Temas Transversais e Contemporâneos
Docente: Gilmara dos Santos Oliveira (Lattes)

Ementa:

Objetivos Gerais:

Objetivos Específicos:


Bibliografia Básica:

Estágio Supervisionado II

Componente Curricular: Estágio Supervisionado II
Docente: Rosemary Aparecida Santiago (Lattes)

VER TODAS AS POSTAGENS DESTE COMPONENTE*

Ementa:
Objetivos Gerais:
Objetivos Específicos:
Bibliografia Básica:

*Todos os Estágios Supervisionados serão convalidados pelo programa de Residência Pedagógica a partir de agora.




Políticas Públicas Educacionais e Gestão Escolar

Componente Curricular: Políticas Públicas Educacionais e Gestão Escolar
Docente: Rosemary Aparecida Santiago (Lattes)


Ementa:

Objetivos Gerais:

Objetivos Específicos:


Bibliografia Básica:

Educação, Memória e Identidade

Componente Curricular: Educação Memória e Identidade
Docente: Rosemary Aparecida Santiago (Lattes)

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Ementa:
Memória e identidades como instrumentos no processo de ensino e aprendizagem. Memória Social. Construção de Identidades Sociais. Memória, espaço e conflito.

Objetivos Gerais:

Objetivos Específicos:


Bibliografia Básica:




Bases Filosóficas e Epistemológicas da Humanidades

Componente Curricular: Bases Filosóficas e Epistemológicas da Humanidades
Docente: Marcio Augusto Vicente de Carvalho (Lattes)

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Ementa:
Apresentação, análise e discussão dos principais conceitos e doutrinas que moldaram a tradição filosófica e epistemológica das ciências humanas, numa perspectiva de diálogo crítico em que se cruzam influências e rompimentos.

Objetivos:

1- Oferecer uma introdução à filosofia a partir de algumas questões célebres da teoria do conhecimento;
2- Criar condições para que os estudantes consigam desenvolver reflexões críticas acerca do conhecimento e das formas de produção de conhecimento nas ciências, especialmente nas Ciências Humanas;
3- Apresentar as condições e os problemas epistemológicos que compõem a base conceitual das Ciências Humanas;
4- Apresentar um panorama histórico das teorias do conhecimento por meio de textos filosóficos clássicos.

Bibliografia Básica:

BACON, Francis. Novum Organum ou Verdadeiras Indicações Acerca da Interpretação da Natureza. Tradução e notas de José Aluysio Reis de Andrade. São Paulo: Nova Cultural, 1999, pág.38-49. (Texto 4).

DESCARTES, René. Meditação Primeira e Meditação Segunda. Meditações Metafísicas. Guinsburg, J. e Prado Jr., B. (trad.). (Os Pensadores). Nova Cultural, São Paulo, 1987. (Texto 5)

GÓRGIAS. O Elogio de Helena. Sofistas, Testemunhos e Fragmentos. Tradução Ana Alexandre Alves de Sousa e Maria José Vaz Pinto. Lisboa: Ed. Imprensa Nacional Casa da Moeda, 2005. (Texto 3).

FEYERABEND, PAUL. Como defender a sociedade contra a ciência. Contra o Método. 3ª edição. Rio de Janeiro: F. Alves, 1989. (Texto 11).

FOUCAULT, Michel. A Ordem do Discurso. (L’Ordre du discours, Leçon inaugurale ao Collège de France prononcée le 2 décembre 1970, Éditions Gallimard, Paris, 1971.) São Paulo: Loyola, 1996. (Texto 10).

HUME, David. Seções 2,3 e 4. Investigações Sobre o Entendimento Humano. Investigação sobre o Entendimento Humano. Trad. Leonel Vallandro (Os Pensadores), 2ª ed., São Paulo: Abril Cultural, 1980. (Texto 6).

KANT, Immanuel. Resposta à pergunta: O que é o Esclarecimento? Tradução de Luiz Paulo Rouanet. Brasília: Casa das Musas, 2008. (Texto 7).

NIETZSCHE, Friedrich. Sobre a verdade e a mentira no sentido extra-moral (1873). Obras Incompletas. São Paulo: Editora Nova Cultura, 2000. (Texto 8).

PLATÃO. Livro VII. A República. Rio de Janeiro: Edições de Ouro, 1999, pág.267-304. (Texto 2).
RUSSELL, Bertrand. O Valor da Filosofia. In: BONJOUR, Laurence; BAKER, Ann. Filosofia: textos fundamentais comentados. Porto Alegre: Artmed, 2010, pág.63-66. (Texto 1).

WITTGENSTEIN, Ludwig. Primeira Parte (1-31). Investigações Filosóficas. (Os pensadores). Tradução de José Carlos Bruni. São Paulo: Nova Cultural, 1991, pág.27-39. (Texto 9).




segunda-feira, 17 de setembro de 2018

Saberes para uma Educação Libertária: Educação de Jovens e Adultos como Educação Permanente



Esta produção é uma tentativa de pensar soluções para questões atuais a partir de uma reflexão sobre Educação Libertária, realizada por Everlon Campos, Daiara Santos e Eu.


Análise da educação escolar

 A análise da educação escolar feita pelo grupo compreende o percurso da Educação de Jovens e Adultos (EJA) no Brasil, desde o amadurecimento de um pensamento voltado para a educação ao longo da vida que priorizasse o adulto a ser alfabetizado, bem como o aluno trabalhador, até a situação atual de jovens e adultos na escola (ou fora dela) e as taxas de analfabetismo no país.

Com a consolidação de ações voltadas para a educação de adultos e o combate ao analfabetismo no Brasil outras discussões surgem sobre o que ainda não foi vencido na EJA, os desafios enfrentados no cotidiano escolar e como efetivar ações que promovam a aprendizagem significativa do aluno trabalhador. Todas essas discussões têm como base o princípio de que a Educação de Jovens e Adultos é uma política ímpar para a construção de uma Educação Libertária.

A EJA é regulamentada em 1996 pelo artigo 37 da Lei 9394 de Diretrizes e Bases da Educação - LDB, contudo, de acordo com Haddad (2007), desde o final da Segunda Guerra Mundial, tendências de centralização das ações educativas destinadas a jovens e adultos são promovidas pela da UNESCO. Na década de 70 a UNESCO partilha o princípio de Educação Permanente (Gadotti, 1998).

Levando em conta o grande desafio de diminuir as taxas de analfabetismo no Brasil, o governo desenvolve, desde 2003, através do Programa Brasil Alfabetizado, ações de alfabetização de jovens e adultos e de acordo com o MEC (2016) o ciclo do programa contava com 167.971 adultos sendo alfabetizados desde 2015.

Mesmo com a queda da taxa de analfabetismo no país, de acordo com a PNAD (2014, apud MEC 2016) cerca de 13 milhões de brasileiros com mais de 15 anos ainda não sabem ler ou escrever. Além disso, a evasão escolar se constitui um grave problema enfrentado pelas escolas que ofertam a EJA em todo o país, o que leva a questionar porque os alunos nesta modalidade de ensino não conseguem concluir o ano letivo.

Percebe-se que algumas das escolas destinadas a jovens e adultos, atuam como uma reprodução simplificada do ensino tradicional voltado para crianças e adolescentes, evidenciando assim, uma grande incoerência já que o trajeto pelo qual a criança aprende não é igual ao utilizado pelo adulto.

A partir desses dados as questões que surgem, giram em torno do que ainda pode ser feito para a promoção de uma Educação Libertária e como a EJA pode se constituir pilar importante para essa promoção.



Proposição de estratégias para promover uma educação emancipatória.
 

A primeira proposta desenvolvida está relacionada aos preconceitos estabelecidos entre a idade adulta e a aprendizagem. A ideia de que o potencial cognitivo diminui com a idade acaba fomentando o preconceito de que o adulto não é mais apto a aprender, deste modo, a educação (e principalmente a alfabetização) de adultos esbarra numa convenção equivocada de que não são necessários investimentos numa educação para a população adulta.

Pensamos que investimentos em ações de combate aos preconceitos estabelecidos sobre idade adulta x aprendizagem deve acontecer, principalmente entre o público-alvo da EJA. Nisto partimos do Princípio da Educação Permanente por acreditar que a educação acontece ao longo da vida, não em fases ou momentos determinados, e que a escola não pode estar distante desse processo. Promover a Educação Permanente significa garantia do direito de todos à educação independentemente da idade. 

Vieira (2013), registra que a Educação Permanente propicia a formação dos educandos e dos trabalhadores como cidadãos com autonomia tornando-o capazes de dialogar com as mudanças requeridas pela sociedade no sentido da justiça, igualdade e do direito de todos.

Este pensamento de Educação Permanente foi fomentado pela UNESCO na década de 70, quando recomenda a todos os países tal educação como “pedra angular da política educacional dos próximos anos para que todo o indivíduo tenha oportunidade de aprender durante a vida” (GADOTTI, 1998, p. 278).

A Educação de Jovens e Adultos deve tomar como parâmetro o pensamento da aprendizagem significativa, utilizando elementos adaptados à realidade social, econômica e cultural dos educandos. Respeitar e tomar a realidade do aluno como ponto de partida para o processo de ensino e aprendizagem também se configura uma estratégia proposta se deve conciliar práticas pedagógicas com base em uma perspectiva de letramento, transformações no projeto político-pedagógico das escolas.

Assim, além da Educação Permanente apresentada pela UNESCO em 1970 e abordadas por Gadotti (1998) e Vieira (2013). Temos a grande contribuição de Paulo Freire à Educação de Jovens e Adultos no Brasil e no mundo.

Paulo Freire (1967) lança bases de uma Educação Libertária ao registrar que “A compreensão desta pedagogia em sua dimensão prática, política ou social, requer, portanto, clareza quanto a este aspecto fundamental: a idéia da liberdade só adquire plena significação quando comunga com a luta concreta dos homens por libertar- se. a partir desse pensamento ele desenha também a EJA como ferramenta para emancipação dos sujeitos.


Outro elemento que não pode ser ignorado na Educação de Jovens e Adultos é o seu aspecto profissionalizante. A escola é também vista pelo adulto como um caminho para a qualificação profissional e melhor atuação no mercado de trabalho e a relação ensino aprendizagem não pode se desvincular dessa realidade.

A terceira proposta consiste em acrescentar ao currículo da EJA, componentes profissionalizantes a partir do pensamento estabelecido por Anísio Teixeira, que contribui para a educação profissional e de adultos numa perspectiva popular, rompendo com as propostas curriculares pensadas para crianças e adolescentes.

Anísio foi defensor da educação como instrumento de integração social e emancipação política. Defendeu uma revolução democrática, pacífica e sustentável, viabilizada pela universalização da educação nos níveis iniciais – como condição de emancipação política e equidade social determinante do desenvolvimento humano e econômico das nações.



É importante também, argumentar a favor de um olhar voltado para propostas que se desprendem do modelo convencional de escola e que atentem a fatores sociais, culturais e históricos que constituem os sujeitos da EJA.

Nisto, Darcy Ribeiro reforça a ideia de que a educação deve ser capaz de ensinar as pessoas ao mesmo tempo sobre o mundo, sobre o seu país e sobre si mesmas. A partir dessa educação os homens podiam ser herdeiros das bases do patrimônio mundial.



Quais são os pressupostos ou bases epistemológicas da sua proposta?


A proposta, como detalhada na sessão anterior, se guia pelos seguintes pressupostos ou bases epistemológicas:
• A Educação Permanente promovida pela UNESCO na década de 70 e discutida por Moacir Gadotti;
• A Educação como Prática da Liberdade e a Pedagogia da Autonomia de Paulo Freire no respeito à realidade cultural do indivíduo;
• A Educação Popular e a Educação Profissionalizante defendida por Anísio Teixeira e;
• Promoção de atividades/projetos à Educação e à cultura brasileira por Darcy Ribeiro.


Fontes:

GADOTTI, Moacir. História das ideias pedagógicas. 6.ed. São Paulo: Ática, 1998. Cap. 16: Perspectivas Atuais - 1ª Parte: Tentativa Eclética

VIEIRA, Alcione Gonçalves Ribeiro. Educação Permanente: (re) vendo Conceitos. Revista: Educação, Cultura e Sociedade. ECS, Sinop/MT, v.3, n.2, p. 179-193, jul./dez. 2013.

FREIRE, Paulo. Educação Como Prática da Liberdade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1967.

MEC - Ministério da Educação. EJA: Educação de Jovens e Adultos é Prioridade para o Governo. 2016. Disponível em http://portal.mec.gov.br/component/tags/ tag/32737-eja. Acesso em 13 ago. 2018.

HADDAD, Sérgio. Por Uma Nova Cultura na Educação de Jovens e Adultos, Um Balanço de Experiências de Poder local. – Ação Educativa GT: Educação de Pessoas Jovens e Adultas / n.18



Che Guevara e a Educação



Qual a relação de Che Guevara com as Bases da Educação na América Latina?

Esse questionamento é o que nos leva a fazer algumas leituras na tentativa de compreender como a chamada "Pedagogia da Revolução" norteou políticas e parâmetros educacionais na América Latina.

A partir da Leitura em Streck (2010) e do Filme Diários de Motocicleta, faço algumas considerações sobre a vida e a contribuição de Che Guevara para a Educação.

O panorama social mundial na década de 60 foi marcado por amplas transformações, o crescimento e o novo caráter das emergências sociais foram verificados em diversos países e a influência da educação como um instrumento de combate às desigualdades sociais passou a configurar um espaço aquecido e promissor de reflexões, análises e intervenções.

Nesse contexto, a América Latina recebe influência de políticos, educadores, estudiosos, líderes de movimentos populares, etc. dentre eles Ernesto Guevara de La Serna que encabeça movimentos revolucionários em alguns países e se torna figura principal nas discussões sobre movimento e educação popular.

O texto de Streck (2010) sobre Che Guevara, relata sua biografia e atuação pedagógica de caráter popular e revolucionário. A sua Pedagogia, chamada “Pedagogia da Revolução” pretendia a erradicação do analfabetismo; incorporação da mulher em todos os aspectos da vida política e social; Estímulo para a formação de técnicos e do ensino em áreas tecnológicas; A conversão de alguns quartéis em escolas; E uma escola onde todos pudessem estudar, sem distinção de idades ou sexo.

A pedagogia de Che Guevara, tinha assumidamente um viés revolucionário, de luta para a garantia de direitos às camadas mais pobres da sociedade. O camponês, o negro, a mulher, o operário, eram atores considerados em seus discursos sobre à educação, desde os primeiros ciclos até o ensino superior. Além disso, acredito que discussões sobre o enfretamento da hegemonia Norte Americana e principalmente a hegemonia eurocêntrica em nossos sistemas de ensino, se aportam no pensamento de Che Guevara sobre a libertação de países da América Latina das fortes heranças do colonialismo europeu e o neocolonialismo norte americano.

Quero disponibilizar um fichamento sobre o texto de Streck (2010), sobre vida e contribuição de Che Guevara á Educação Latino Americana.

Para Acessar o Fichamento CLIQUE AQUI


O filme “Diários de Motocicleta” se casa com o texto que estudei, pois retrata uma parte importante da vida de Che Guevara, sua expedição feita em sua maior parte de motocicleta com o amigo Alberto Granado.

No filme, Che Guevara conhece realidades sociais, políticas e econômicas de países da América Latina, dentre elas, minas de cobre, povoados indígenas e leprosários no Peru. Penso que uma educação que se diz popular, deve se destinar a conhecer e traçar soluções às diferentes realidades para reparo dos danos sociais.

Na tentativa de tematizar minha visão sobre educação a partir de minhas experiencias e leituras me volto justamente para as emergências sociais em nosso país, que parecem afetar de modo singular as formas de utilização a serviços básicos comuns à sociedade, como acesso à educação, saúde, saneamento básico, assistência social, etc. A demanda social para fruição desses serviços passa a ser orientada segundo as políticas adotadas para esse fim bem como o conhecimento que a população tem sobre seus direitos.

A escola pública brasileira precisa constantemente atualizar conhecimentos mais sistematizados que traduzam, expliquem e permitam, uma compreensão das demandas sociais para atendê-las de forma a garantir a equidade social. A minha questão a partir dessa leitura é: Como a escola contemporânea se articula para o atendimento das demandas sociais?

Ao longo deste curso de licenciatura pensamentos como os de Anísio Teixeira e Paulo Freire ofereceram subsídios para entender o comportamento da escola e da sociedade na oferta de uma educação de qualidade a todos. Essa convergência da literatura estudada, junto com as questões sociológicas numa visão pedagógica, é capaz de sinalizar a educação como um mecanismo transformador e de reparo dos danos sociais, impulsionando e direcionando a formação de uma sociedade mais justa.

Para acessar o link do filme no youtube CLIQUE AQUI