quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

A Marcha das Margaridas e o Nosso Papel no Mundo



Nunca me senti tão certo do meu papel, do meu lugar na luta. E estamos todos aí.

Estou ciente de que o meu papel é construir com o outro, primordialmente com os que precisam, com os que lutam e que necessitam tomar seu espaço.

Estou muito realizado com o que vivenciei esses dias. A Educação é mais do que só ensinar um conteúdo e a rua é um ótimo espaço de produção do conhecimento.

Adiante de mim, uma geração e outra logo atrás de mim. E estamos todos aí.

Eu achava que a minha geração não fosse para a linha de frente, achava que não fosse preciso outros sacrifícios depois de tantos feitos antes de mim. Pensava eu, que na engrenagem da história desse país, a minha vez fosse de usufruto das conquistas passadas. Loucura!

Quem fará a manutenção da conquista se o preço da liberdade é a vigilância constante? Liberdade e conquista exigem luta.

Convido tantos outros, precisados, excluídos, necessitados, afastados, presos, órfãos, injustiçados... a tomarem seus espaços, seus lugares de fala, pois a luta não para e estamos todos aí.

Nossa caravana, grande maioria de mulheres, saiu de Itabuna-BA.

Em agosto de 2019, tive o prazer de participar da Marcha das Margaridas em Brasília-DF. Esse movimento acontece a cada quatro anos e reivindica direitos das mulheres do campo, das águas, da floresta, da cidade, dos terreiros, dos quilombos... com uma pauta maior por justiça social e reforma agrária, pela memória de dona Margarida, que foi morta por conta da sua busca pela garantia do direito à Terra, frente a ação violenta e avassaladora da indústria e do capitalismo.





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