sábado, 21 de julho de 2018

Planejamento, Avaliação e Aprendizagem para Luckesi e Silva

LUCKESI, Cipriano Carlos. Planejamento e Avaliação na Escola: articulação e necessária determinação ideológica. [p. 115 – 125]

SILVA, Janssen Felipe da. Avaliação do Ensino e da Aprendizagem numa Perspectiva Formativa Reguladora. [pag. 7-17] Em: SILVA, J. F.; HOFFMANN, J. e ESTEBAN, M. T. Práticas Avaliativas e Aprendizagens Significativas: Em Diferentes Áreas do Currículo. Porto Alegre: Mediação, 2003.
 

Os dois autores abordam questões necessárias à prática pedagógica na escola numa conversa entre planejamento e avaliação no processo de ensino e aprendizagem. Luckesi aborda fortemente a dimensão político-social do planejamento e a avaliação como crítica da ação pedagógica, já Silva levanta discussão sobre Aprendizagens Significativas considerando a avalição como eixo dinamizador que dialoga com teoria e prática pedagógica na modernidade.

 Luckesi, inicia defendendo a intencionalidade da ação humana, esboçando um caminho entre fins e meios através do planejamento. Ao defender esta premissa ele enfatiza que toda ação humana seja ela individual ou coletiva, acarretara resultados que afetaram o outro e o ambiente no seu entorno numa escala micro ou macro, sendo, portanto, política toda ação humana. Desta forma o autor relaciona o ato de planejar à ação humana coletiva elencando pensamentos como a importância do comprometimento ideológico. Assim, planejar não é ato neutro, mas “ideologicamente comprometido”. Contudo, a bibliografia e os pensamentos existentes parecem reforçar justamente a neutralidade do ato de planejar, configurando-o apenas como ação exclusivamente técnica.

O que o autor tenta retificar é que o planejamento não deve ser unicamente político ou social, assim como não deve ser unicamente técnico. A partir disso, planejamento é abordado sob diversas vertentes, e primordialmente a gerencial, voltada para a administração dos recursos frente a escassez. E com esta realidade o autor critica o que tem sido o planejamento da prática escolar e como ele deve ser. O que o autor demonstra defender é que o planejamento deva ser encarado como algo dinamizado e dinamizador, capaz de se adaptar à realidade mutável e cotidiana assim como abastecer o engajamento profissional da relação teoria e prática. Portanto, a atividade pedagógica de planejar deve considerar ações individuais e coletivas ao mesmo tempo a partir de instrumentos necessariamente adaptativos. Para finalizar, o Luckesi apresenta a avaliação como um instrumento importante à construção do projeto de ação, que aponte para alternativas de melhorias subsidiando o planejamento e a execução do projeto concomitantemente, garantindo que decisões sejam tomadas garantindo o reconhecimento da dinâmica pedagógica dentro da escola.
 
Janssen Felipe por sua vez aborda inicialmente as novas conformações sociais na pós modernidade com suas ressignificações, e levanta um questionamento digno de ser aplicado ao contexto atual das escolas básicas: A escola básica deve treinar os alunos para a seleção do vestibular ou prepara-los para a vida, para além do mercado? Ora, se por um lado a questão evidencia o dilema atual que torna a escola refém das forças de mercado, por outro lado o aturo traz à luz a importância e o papel da escola na sociedade: formar cidadãos e fomentar a justiça e o controle dos danos sociais.  Neste contexto o autor apresenta o paradigma das Aprendizagens Significativas, que considera a ressignificação do processo de ensino e aprendizagem onde o conhecimento compreendido como uma “construção histórica e social dinâmica que necessita de contexto para poder ser entendido e interpretado”

Para que isto se efetive, torna-se necessária uma aproximação mais fidedigna entre a produção teórica das ciências da educação, para que o ensino cumpra seu papel real de garantir o espaço e os meios para viabilização das aprendizagens. Portanto, numa sociedade em que a escola básica tende a se homogeneizar, torna-se necessário elaborar, planejar e efetivar o trabalho pedagógico com base no reconhecimento das diferenças, na promoção de oportunidades iguais e no diálogo entre formas de ensinar e aliar teoria e prática. O autor apresenta então, a avaliação a partir do paradigma já abordado, o das Aprendizagens Significativas. Deste modo o processo de avaliação garante o arcabouço de informações necessárias para as mudanças e melhorias no processo ensino aprendizagem, de modo que, quando mais diversos forem os instrumentos de avaliação melhor será seu víeis democrático, constante, continuo e sistemático. A isto então se dá o nome de avaliação formativa reguladora, num espaço onde seja propicio a compreensão das diversas intervenções e situações didáticas. O autor concluir reconhecendo o avanço na teoria avaliativa mas que ainda há um longo caminho a ser trilhado para mudanças estruturais numa educação baseada em modelos de avaliação mensuradora e coercitiva.

 

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